Enquanto o pinto pia, a pia pinga... Diante da comprovação pelo STF de que o mensalão corria frouxo nos seus dois governos, Lula foi a mais um palanque outro dia com a desfaçatez de sempre bravatear que os petistas e todos os companheiros terceirizados deveriam "ter orgulho desse julgamento", pois tudo isso só estava acontecendo porque "nenhum outro governo nesse país combateu tanto a corrupção como o nosso".
Ora, falando para quem estava falando, Lula não fez mais do que confessar-se um grande dedo duro para com eles, sua companheirada, seus cúmplices. Mas isso entre eles e, em se tratando de quem se trata, não é novidade nenhuma. Ou então, não haveria o Papagaio do Araguaia; nem Lula teria ido à TV pedir desculpas ao povo pelos "malfeitos"; nem, muito menos, teria se queixado de ter sido "apunhalado pelas costas".
Se, no entanto, sua voz rouca das ruas chegasse aos ouvidos daqueles para quem é tido e havido como um irresponsável, sem qualquer compromisso com a verdade, o som seria apenas de mais uma bravata populista.
Soaria assim como se Lula estivesse morrendo de vontade de sentir na própria pele o "orgulho" que receitou em mais um comício. E, pelo jeito que a coisa vai, assim que terminar a primeira tarefa do Supremo Tribunal Federal, ele logo estará orgulhoso de ser o próximo réu à beira da condenação.
Ou então, no seu discurso da semana passada Lula estaria dizendo uma coisa que era outra bem diferente. Comme d'habitude. E então, enquanto pinga a pia, o pinto pia... E pinga e pinga.