"Fingir não saber o que se sabe e fingir que sabe o que não se sabe; fingir entender o que não se compreende, não ouvir o que se escuta e poder mais do que está nas próprias forças; manter como segredo o que já não é segredo;parecer profundo quando não se é outra coisa do que pura vaidade; representar melhor o pior papel de um personagem; semear espiões e pôr traidores e mercadores a soldo; enobrecer a pobreza dos meios com a importância dos fins: eis aí a política."
O parisiense Pierre Augustin Caron de Beaumarchais escreveu o Casamento de Fígaro, em 1778. Não vou seguir hoje com a leitura. Já sei do que se trata: Beaumarchais vai tratar como comédia o que 234 anos depois é só uma sequência banal de escândalos no meu país.