O medo

TENHA MEDO DO QUE O GOVERNO PODE FAZER COM VOCÊ. NO BRASIL GOVERNAR É SATISFAZER NECESSIDADES FISIOLÓGICAS.

29 de out. de 2012

Fisiologia, a grande vencedora! O Brasil não está cheirando bem.

Enquanto a chamada oposição brasileira não tiver a humildade de reconhecer a eficácia da "estratégia de coalizão pela governabilidade" posta em prática por Lula ao longo desses últimos dez anos, não chegará a lugar nenhum e muito menos há de demonstrar que o grande ídolo da politicalha brasileira tem os pés de barro.

Enquanto ela própria não adotar a mesma tática e sair pelo Brasil afora e partidos adentro comprando siglas, caciques e tribos, vai amargar derrotas amargas e trilhar inexoráveis caminhos que margeiam precipícios. E, muito pior que isso, engolir aquilo que, no tempo em que Brizola falava, chamava de sapo barbudo.

O que são os partidos políticos, nesse Brasil sem ideologia pra viver, mas de pura fisiologia pra sobreviver, todo mundo sabe. O resto é só uma questão de preço para satisfazer as necessidades fisiológicas nacionais. Com o lulismo e o antagonismo obrando no balcão de compra e venda de corpos e almas, o Brasil então será o ponto referencial do PAC para o qual está sendo lançado: o grande canteiro sanitário de uma inevitável América Latrina.

Por ora ninguém pode afirmar que Lula é o grande vencedor desse campeonato de eleições municipais no Brasil. É que Lula se diluiu, se desmanchou fazendo as necessidades fisiológicas do país inteiro. Quando descobriu que se o PT fosse uma ilha afundaria, Lula repartiu sua fisiologia generosamente numa correria geral sem precedentes.

Veja o quadro desintérico que a "estratégia de coalizão" produziu neste glorioso outubro de 2012 em forma de prefeituras conquistadas e quantidade de eleitores que se aliviaram, sigla por sigla, tribo por tribo. Ficamos com as 12 primeiras facções, o resto é o resto; tipo assim descarga e que só serve para ser coalizado mais adiante:

1°) PMDB, 1025 prefeituras e 22,8 milhões de eleitores; 2°) PSDB, 702 prefeituras e 18,3 milhões de tucanos; 3°) PT, 635 paços municipais e 27,6 milhões de lulistas; 4°) PSD, 497 prefeituras e 8,6 milhões de kassabistas; 5°) PP, com 468 cidades e 7,3 milhões de seguidores; 6°) PSB, 440 intendências e 15,3 milhões de fãs; 7°) PDT, 314 prefeituras e 8,7 milhões de saudosos brizolistas; 8°) PTB, presente em 295 cidades com 4,1 milhões de tietes de Roberto Jefferson; 9°) DEM com 278 palácios municipais e 6,4 milhões de descrentes; 10°) PR, com 276 prefeituras e 4,6 milhões de munícipes; 11º) PPS, aconchegado em 123 cidades e com 2,9 milhões de votantes; 12º) PV, inserido em 96 gabinetes de prefeitos seguidos por 2,3 milhões de verdoengos fanáticos.

Resumo dessa ópera bufa: O PMDB encolheu, tinha 1201 e perdeu 176 cidades; os tucanos perderam mais ainda, 89 prefeituras; o PT de Lula ganhou 77 prefeituras, mas ficou longe do PSD que inaugurou só nesta eleição nada menos de 497 palácios de governos citadinos. O DEM foi o lanterna nesse certame de cachorros grandes(?): jogou fora 119 municípios e coisa assim em torno de 3 milhões de eleitores, como se fosse um PPS inteiro de votos postos fora.

O que é mesmo que tudo isso significa em termos de Brasil? Nada, absoluta e profundamente nada. Esse rebuliço todo foi só para satisfazer as necessidades fisiológicas dos políticos que habitam esta nação povoada, no que lhe resta de espaço, por 190 milhões de pessoas. Nada de novo no ar. É apenas o Brasil que não está cheirando bem.