A viagem custou por volta de meio milhão de reais e teve, entre 11 caminhões apinhados de presentes e mimos acumulados em oito anos de mandato, uma carreta climatizada só para que não chegasse "vencida" a adega do antigo pobre metalúrgico, hoje "pessoa não comum" de perfil claramente de escol - de elite, melhor dizendo, para que não se misturem marcas líquidas.
Reprodulção/Foto: Agencia Globo
No dia 4 de abril de 2009, a Secretaria Especial da Ordem Pública do Rio de Janeiro estourou dois depósitos clandestinos de mercadorias de ambulantes no centro da cidade. Cerca de 55 toneladas de mercadoria foram retirados em 11 caminhões. Isso não teria nada a ver com a mudança do ex-presideus não fosse o coincidente número de caminhões abarrotados nos servir de base para ver que o acervo de mimos de Lula e sua famiglia vale quanto pesa.
Voltando à vaca fria... Um dos mais elitizados líderes populares do mundo - comparável até ao mito Oscar Niemeyer, o comunista interminável - Lula esperou cinco dias para que seus pertences chegassem a São Bernardo, desde que deixaram o Palácio da Alvorada, em Brasília.
Quem teve paciência, contou nada menos de um milhão e meio de fotos, cartas, vídeos, presentes, livros e condecorações. Ninguém falou até agora em coleção de dossiês. Devem ter ficado na residência vizinha ao Palácio, a conhecida Minha Casa Civil, Minha Vida.
Vocês podem até não acreditar, mas dona Marisa Letícia deixou de lado a timidez e - incrível, extraordinário! - falou: - Por favor, tenham cuidado com a adega.
Mais preocupou-se com o hobby do marido do que com as caixas que continham objetos pessoais, dignos de uma ex-primeira-dama: vestidos, chapéus, coisinhas assim que, só elas, ocuparam dois bons volumes tipo container. Coisa de gente pobre. Elite no Brasil, pelo que se ouviu durante oito anos de discursos, não é isso.
Elite é o que você é; o que é o seu vizinho; o que são os seus parceiros de happy hour, de cervejinha no bar da esquina... Elite, no Brasil, somos eu e você que trabalhamos a vida inteira e nos aposentamos com 10 salários mínimos que hoje, fulminados pelo fator previdenciário, estão reduzidos a menos de cinco. Elite, no Brasil, é aquela turma metida a besta que não vota direito para presidente e, muito menos, para presidenta da República - seja ela dos Calamares, ou apenas Tiririca.
Então tá bom, a mudança chegou a São Bernardo, mas Lula e dona Marisa Letícia não estão lá para conferir item por item, tim-tim por tim-tim, como faz qualquer família brasileira que tenha dado duro a tal de vida inteira para chegar a tanto.
Lula já está acostumado com essa praia. A imagem é só uma reprodução do dia 7 de janeiro de 2010.
Lula e a família estão relaxando e gozando férias no Forte dos Andradas, no Guarujá, na Baixada Santista, litoral paulista. O Palácio do Planalto, dá conta a quem interessar possa que a reserva à família new rich foi feita para durar até este dia 18. Nada de ilegal nisso. Meio imoral, apenas. Mas, essa é justamente a praia de Lula. O drible na lei foi dado, comme d'habitude.
Ele e sua famiglia estão no Forte dos Andradas atendendo a gentil convite de quem manda no Exército. Quando uma hospedagem assim acontece a convite do governo, não arrepia as normas. A gentileza deve ser pleito de gratidão e reconhecimento ao tudo e por tudo que tem feito pelos coronéis que não chegam a generais de pijama, porque tem sempre uma Petrobras, ou outro organismo genérico e até similar pela frente, antes de tudo.
Ele e sua famiglia estão no Forte dos Andradas atendendo a gentil convite de quem manda no Exército. Quando uma hospedagem assim acontece a convite do governo, não arrepia as normas. A gentileza deve ser pleito de gratidão e reconhecimento ao tudo e por tudo que tem feito pelos coronéis que não chegam a generais de pijama, porque tem sempre uma Petrobras, ou outro organismo genérico e até similar pela frente, antes de tudo.
Assim é que a conferência dos bens que chegaram agora ao ABC paulista fica para depois, ou para o Dia de São Nunca, já que a transportadora é de confiança. Trata-se da mesma conceituada empresa que já fez as mudanças de João Baptista Figueiredo, Zé Sarney, Fernando Beira-Collor de Mello e Fernando Pé na Cozinha Henrique Cardoso. Tutti buona gente. Todos pobres a dar com pau. Com vida de rico. Noves fora, é claro, aquele que já bateu as botas.
Da parte das "queridas brasileiras" e dos "queridos brasileiros", resta a esperança de um dia poder morrer, porque goza do privilégio de pertencer à diminuta classe de quem tem onde cair morto. Ou, em caso de sobrevivência, poder presenciar uma verdadeira mudança nesse Brasil.
Mudança no Brasil