O medo

TENHA MEDO DO QUE O GOVERNO PODE FAZER COM VOCÊ. NO BRASIL GOVERNAR É SATISFAZER NECESSIDADES FISIOLÓGICAS.

13 de jan. de 2011

Não se sabe bem por quê, mas os Correios lançaram um selo comemorativo em homenagem a Lula. A face - para usar a terminologia numismática - custa R$ 2. Nem um centavo a mais. Faz sentido.

FOLIA PÚBLICA
Na saga de manter viva a chama do culto à personalidade, graças aos cofres da prefeitura de São Bernardo Campo, Lula vai ser tema de enredo da escola de samba Toma Lá Dá Cá, ou coisa parecida, no próximo carnaval de São Paulo. A momesca homenagem vai custar a bagatela de R$ 2 milhões ao governo da cidade, nova campeã da folia paulista. O prefeito Luiz Marinho, ex-ministro do ex-presidente, vai garantir a farra. Ah sim, o nome da escola de samba paulista é Tom Maior.

ENTREMENTES...
Chuva Mata 271 pessoas na Serra do Rio. Com 130 mortes, Teresópolis decretou estado de calamidade pública. O decreto chega tarde, a calamidade já aconteceu. E é bem maior do que se sabe até agora:

TRAGÉDIA ANUNCIADA
O temporal que atingiu a região serrana do Rio, teresópolis e Nova Friburgo provocou a maior catástrofe da natureza desde 1967 em um só dia no Brasil. Deslizamentos de toneladas de terra, quedas de pedras gigantescas e enxurradas, verdadeiros tsunamis atingiram moradores, invadiram bairros inteiros e inundaram prédios em questão de segundos.


As regiões de Teresópolis, Nova Friburgo e Petrópolis são os mais novos Haitís brasileiros; ficaram destruídas ou tomadas pela lama, em um cenário tipo furacão Katrina, que devastou a cidade americana de Nova Orleans, nos Estados Unidos, em 2005. Pior, bem pior do que aconteceu em Angra, no ano passado.


As autoridades - que nada aplicam em defesa civil há muito tempo - continuam culpando a natureza, a audácia de quem mora no que chamam de "áreas de risco" e às garrafas plásticas que entopem bueiros. É como se fosse a dengue: a população é culpada. Para os governantes, Defesa Civil é um recurso que existe para se aplicar só depois que as calamidades acontecem.

Nesse interim, já nem se fala mais no que está acontecendo no Piauí, no Acre e o que aconteceu há dois dias na Grande São Paulo. Só o Ministério Público Estadual pressiona o governo de São Paulo a detalhar suas obras contra enchentes. A prefeitura informa que fez a recuperação da galeria da avenida Nove de Julho, mas nesta semana um jovem afogado morreu na região. I la nave va.