O medo

TENHA MEDO DO QUE O GOVERNO PODE FAZER COM VOCÊ. NO BRASIL GOVERNAR É SATISFAZER NECESSIDADES FISIOLÓGICAS.

4 de jan. de 2011

Escalão desnecessário

Só numa república tiririca como a nossa é que se pode ler uma notícia como esta do jornal O Estado de S. Paulo, sem ter azia e má digestão. Veja parte dessa "herança bendita" que o governo anterior deixou para o mandato da primeira-presidenta desse país de terceiro que assombrou o primeiro mundo de tanta viagem que fez do nada a lugar nenhum nesses últimos oito anos:

Dilma suspende partilha do governo para conter crise entre PMDB e PT
Temor da presidente é que a disputa partidária contamine votações relevantes no
Congresso

Vera Rosa, Christiane Samarco, João Domingos e Marcelo de Moraes - O Estado de S.Paulo

Na iminência da primeira crise política de seu governo, a presidente Dilma Rousseff agiu rápido para tentar conter a revolta do PMDB por conta da disputa com o PT pelos cargos importantes do segundo escalão do governo federal. Na reunião da coordenação política nesta segunda-feira, 3, no Palácio do Planalto, com os novos ministros, Dilma decidiu suspender a definição de cargos do segundo escalão até a eleição das presidências da Câmara e do Senado, em fevereiro. A presidente também acionou o presidente do Senado, José Sarney (AP), para tentar conter a rebelião no partido aliado.

O temor da presidente é que a disputa partidária contamine votações relevantes no Congresso e, sobretudo, crie um clima de revanche nas definições dos comandos no Congresso. A revolta do PMDB é tão grande que ontem o partido boicotou as cerimônias de transmissão de cargo dos ministros petistas Alexandre Padilha (Saúde), Luiz Sérgio (Relações Institucionais) e Fernando Pimentel (Desenvolvimento, Indústria e Comércio).

Foto: R. Stuckert F°/PR
ENTRELINHAS - Ao mostrar pulso pela primeira vez desde que chegou à cadeira de presidenta, Dilma foi diligenta, mas não muito inteligenta. Revelou com toda a explicitude que só os atos públicos permitem, que esse segundo escalão é um saco de gatos, sem a menor utilidade.

Qualquer coisa paga com as burras públicas que pode ser "suspensa" por dois meses, qualquer organismo que possa esperar até fevereiro para receber
tratamento adequado, não precisa de cuidados. Esse organismo está num estado de degeneração tão adiantado que já não tem salvação.
Para o bem da alma nacional, melhor seria que Dilma administrasse uma eutanásia piedosa; aplicasse um tratamento de choque nesse câncer que evoluiu da segunda vértebra cervical da política para se mostrar à flor da pele de governos de ética debilitada, sem estrutura óssea capaz de garantir o equilíbrio e a qualidade de vida da população.

Para o bem de todos e felicidade geral da nação, melhor seria que, ao invés de "suspender" o atendimento a esse mal,  Dilma extirpasse esse câncer incurável em que se transformou o famigerado e famélico segundo escalação. 

O Brasil das "queridas brasileiras" e dos "queridos brasileiros" - livre dessa doença degenerativa e sem cura que se espalha pelo corpo estatal - gozaria de uma vida bem mais saudável.