Nesta semana que se esvai, tão rapidamente, quando o Brasil parece estar se desmanchando em lama e mortes pela força da natureza e pela imprevidência criminosa dos governos, a primeira-mulher-presidenta deu dois sinais de que segue seu caminho presidencial cada vez mais ao sol de sua liberdade e cada vez mais distante da sombra de Lula.
R. Stuckert/PR
Ela, ao contrário de seu antecessor, foi aos locais das tragédias, sem medo de ver sua imagem ligada a calamidades e a uma realidade negativa; e - surpresa! - mandou rever a regra do passaporte especial, uma medida para evitar futuros desgastes com as brechas que permitiram parentes de Lula renovarem documentos dois dias antes do término do mandato.
Já recebeu homenagem das dissidentes iranianas por escrachar a política de boa vizinhança do governo Lula com as maldades do jeito Ahmadinejad de tratar mulheres; já mandou figuras como Franklin Martins passear na praça enquanto o lobo não vem; já disse de novo que a liberdade de expressão é sagrada... Isso e mais aquilo ali do parágrafo de cima, são evidências de que Dilma está andando com as próprias pernas. O único senão é que ainda carrega o mala Sérgio Cabral à tiracolo.
R. Stuckert/PR
Depois de dar um pára-te-quieto nas artes e manhas do blocão de Michel Temer, Dilma vai gradativamente libertando-se do papel de
Dona Flor e Seus Dois Maridos. Não é nenhuma Brastemp, mas até aqui está saindo melhor do que se esperava.