O medo

TENHA MEDO DO QUE O GOVERNO PODE FAZER COM VOCÊ. NO BRASIL GOVERNAR É SATISFAZER NECESSIDADES FISIOLÓGICAS.

26 de out. de 2012

Dia desses, os administradores do blogger fizeram algumas atualizações e, como toda mudança, mesmo que seja para melhor, piora. Perdi uma das ferramentas de inserção de gadgets na face do Sanatório da Notícia. Por isso não tenho inserido, pelo menos semanalmente como o vinha fazendo, o Blog do José Cruz. Bateu saudade e eis aí a edição de hoje. Não perca. Leia num sorvo só, o Cruz vai no rim, uma vez mais. E a pandilha tá nem aí...


O mensalão, os políticos e as emoções do esporte

José Cruz

Volto ao Mensalão, o fato histórico do Superior Tribunal de Justiça (STJ), e repercuto no nosso ambiente de discussão, como fiz há alguns meses: há mensalão no esporte?

Por “mensalão” entenda-se não só o dinheiro pago a parlamentares para que se curvassem diante das vontades do Palácio do Planalto, mas a roubalheira de grana pública por “quadrilhas”, como concluíram os ministros do Supremo Tribunal Federal.

Por exemplo:

A Controladoria Geral da União determinou a devolução de R$ 50 milhões do programa Segundo Tempo porque o dinheiro não chegou ao seu destino. Então, quem ficou com a grana? Quem pagou o quê com o dinheiro que não lhe pertencia?

E se a Polícia Federal de Juiz de Fora constatou que R$ 2 milhões do programa Pintando a Cidadania foram desviados, quem se beneficiou dessa quantia?

O cara da “quadrilha” de lá foi encontrado? Quem é ele? Quando conheceremos o sujeito que embolsava a grana que não era sua, mas do poder público?

E os R$ 2 milhões da Federação Paulista de Xadrez, para o Segundo Tempo, que não foram aplicados como previa o programa, já voltaram ao Ministério do Esporte? E quando o Tribunal de Contas da União concluirá o relatório sobre falcatruas no Pan 2007?

Relembrando, aquele derrame de R$ 3,4 bilhões, há cinco anos, levou o ex-relator, Marcos Vilaça, a declarar que “faltou planejamento motivando improvisos e desperdícios”. Mas até agora tá tudo limpo, e a discussão principal, hoje, é sobre a proximidade do título do Fluminense e a queda iminente do Palmeiras. As emoções estão aí, no esporte.

O Brasil, lamentavelmente, é farto em corrupção e não há tempo para se acompanhar caso a caso, porque outro, maior, estrondoso, surge em seguida. É o que os ministros do STF chamam de “trama criminosa”. Sem fim, como se vê.

E tudo isso que narrei ocorreu apesar de o ex-ministro do Esporte, Orlando Silva, ter afirmado que não havia provas de corrupção em sua gestão. Como se as constatações e determinações da CGU e TCU não fossem provas oficiais.

O crime está, também, em ser frouxo na fiscalização, facilitando a ação dos gatunos.

Se o ex-ministro tivesse tempo, suas explicações sobre esses casos seriam oportunas.
Mas não! Orlando Silva, derrotado nas urnas para a Câmara de Vereadores de São Paulo, está em campanha para eleger o prefeito do PT.

Com isso, ele poderá se candidatar a um espaço na Secretaria de Esportes e, lá, fazer campanha para a próxima eleição à Câmara dos Deputados, atrás de bom salário e imunidade parlamentar.
Política é assim, dinâmica. Depois, o STF que se vire.