O medo

TENHA MEDO DO QUE O GOVERNO PODE FAZER COM VOCÊ. NO BRASIL GOVERNAR É SATISFAZER NECESSIDADES FISIOLÓGICAS.

22 de out. de 2012

Lewandowski e a Quadrilha

E então, depois de sete anos empurrados com a barriga pelos mensaleiros que não tinham a menor pressa em provar sua própria inocência, começa a semana da quadrilha, preâmbulo para a série de vereditos que desde já assombram as cloacas da República dos Calamares.

Da semana passada para cá, a dupla dinâmica divergiu uma vez mais: Joaquim Barbosa condenou todo mundo; Lewandowski absolveu todos e até os que já havia condenado.

É sob esse rasgo de vendetta de um ministro irado que os seus pares começam a votar sobre a existência ou não de uma quadrilha ímpar em matéria de achaque de dimensões nunca antes imaginadas e perpetradas contra os cofres públicos desse país.

Na quinta-feira, última sessão do Supremo na semana passada, Lewandowski execrado pela opinião pública e reduzido a pó de gafanhoto pelos demais ministros da mais alta corte de Justiça do país, viu que não tinha mais nada a perder e então, fuçado, fuçado e meio. Quer dizer, exploda-se o mundo que não me chamo Raimundo! E inocentou todo mundo.

Não que Zé Dirceu, Marcos Valério, Delúbio Soares e Zé Genoíno não comandassem uma quadrilha; nada disso. Para Lewandowski, aquilo era sim uma quadrilha. E para ele, Lula sabia de tudo, mais do que ninguém. E absolveu justamente por isso: ninguém se importava de fazer tudo às claras.

Reprodução/Div.2010

Mas era  uma quadrilha boba, ingênua, singela, divertida e inocente como são as quadrilhas juninas. Afinal, só porque é ministro do STF, Lewandoswski não pode e não deve esquecer nesta hora os laços de amizade que o ligam a Lula, o famoso e divertido quadrilheiro das festas do Arraiá do Torto que tanto promoveu quando ainda habitava o Palácio do Planalto.

RODAPÉ - Não é porque o presidente desempregado da França, Nicolas Sarkozy está visitando nesta segunda-feira a primeira-presidenta-caba-eleitoral Dilma Vana só para conversar vanidades entre a terra e as nuvens que nos rondam; não é por causa disso, mas vale a pena lembrar que a moda das quadrilhas veio para o Brasil seguindo o interesse da classe média e das elites portuguesas e brasileiras do século XIX. Os nordestinos gostaram mais da coisa que ninguém nesse país e a novidade das elites pegou por lá. O governo Lula trouxe a quadrilha para a Granja do Torto.