O medo

TENHA MEDO DO QUE O GOVERNO PODE FAZER COM VOCÊ. NO BRASIL GOVERNAR É SATISFAZER NECESSIDADES FISIOLÓGICAS.

5 de out. de 2012

DE MINISTRO A MINISTRO
Sei lá, mas olhando assim Lewandowski se empenhar com tamanha convicção na defesa dos mensaleiros sem medo de ser infeliz diante de seus pares e ímpares do STF, ele passa a nítida impressão de que, no fundo  - para que não se perca o fio da meada do Mensalão - ele deixaria tranquilamente de ser ministro do Supremo para ser ministro do governo Dilma Vana.

CATITA
Não, Lewandoski, não é uma ilha no STF. Ninguém é uma ilha. Lewandoski faz lembrar é uma velha chacota de caserna.
 Certa manhã, bem cedinho, na hora da formação da tropa para a chamada matinal, o comandante do Regimento só tinha ouvidos para um tipo de múrmúrio:
- Comi Catita... Comi Catita... Comi Catita.
Dava dois passos e ouvia a mesma coisa:
- Comi Catita.
Resolveu colocar o batalhão em posição de sentido. Em seguida, deu a ordem:
- Quem comeu Catita, dê um passo à frente.
A Companhia inteira deu um passo adiante. Só um soldado ficou parado no mesmo lugar. O comandante se aproximou do recruta:
- E você, soldado, você não comeu Catita?
- Não, comandante.
- E por que não?
- Porque eu sou o Catita.

FAROESTE ANTIGO
Do jeito que a coisa vai, na próxima eleição majoritária o PMDB deixa de ser coadjuvante a passa a ser protagonista. Talvez até escolha para vice um petista qualquer que esteja sobrando. É que Lula vai incomodar tanto que nem ele nem Dilma serão candidatos.

O partido de Temer vai interpretar o papel daquele homem de preto que era chamado para acabar com o xerife bandoleiro que dominava o vilarejo. E acabava mesmo.  Acabava, mas ficava em seu lugar. E foi assim que nasceram os seriados de bangue-bangue.

PREJUIZO DO APAGÃO
Apagão no Distrito Federal, depois do blecaute geral em 6 estados da Federação, deixou ministérios e Palácio do Planalto às ecuras por mais de duas horas. Grande coisa. Ninguém notaria nada, se não fosse meia dúzia de secretárias e outros tantos assessores terceirizados passarem pelo incômodo de ficarem presos nos elevadores. O diabo desse apagã é que ele contraria o discurso de Dilma Vana que bosifava: "Apagão no Brasil, nunca mais!". Pior ainda que isso, foi o estrago nas cantinas da Esplanada, deixando a cerveja choca, o presunto defumado estragado e o caviar vencido.

A DOR
O olheiro de Lula no gabinete de Dilma Vana, ministro Gilberto Carvalho, diante da previsão de goleada dos mocinhos contra o malfeitor de malfeitos, Zé Dirceu disse à imprensa, olhando de soslaio para o prédio do STF que "a dor me impede de falar".

A dor de Carvalho seria outra e bem mais antiga do que esta que sente agora, se o julgamento do caso Celso Daniel tivesse caído na barra do Supremo. Precisaria mais de um cofre do que de uma pasta executiva para guardar as lágrimas por tantos companheiros bons e batutas embrulhados no crime que até hoje o PT não fez questão de deslindar. Parece até que Celso Daniel era da oposição.