Pois agora, já que Kassab vai entrar na dança com os lobos, Maluf também quer subir no palanque de HaHaHaddad. É só uma questão de deslavada euforia. Mas, se não der nem mesmo pra sair na foto, pau vai comer. Aí, os tucanos vão lá naquela mansão que a Interpol não sabe onde fica e dão uma bicada no Maluf que pode virar a casaca.
Afinal, nem Serra, nem Alckmin maltrataram tanto Maluf quanto o bando de Lula neste primeiro turno depois que o PT malufou os 2 minutos de televisão mais caros do Brasil.
Só tem uma coisinha: Maluf passar pro lado de Serra é prejuízo na certa. Para Serra, não para Maluf que agora vale menos ainda do que valeu até o glorioso empate de ontem. O tempo de TV agora é igual para os dois. Maluf que foi comprado por 2 minutos, agora não vale um átimo de segundo; já não tem mais nenhuma moeda de troca. Vai sair do ostracismo para entrar no esquecimento.
Mas Maluf não está sozinho nessa questão de prejuizo. É perder tempo e dinheiro ficar correndo atrás de Russomanno e Chalita; é meter o pé na jaca ficar costurando coalizões de caciques, fazendo acordos entre as elites que mandam nos partidos que não mandam nos eleitores.
Quem não gosta do Zé Serra serra o Zé Serra; quem não vota no PT não vota no PT nem que a vaca espirre, já que tussir não pode, senão Serra e HaHaHaddad largam tudo e saem correndo para lhe dar um Plano de Saúde Clarabela, ou coisa parecida. Nada de SUS, eis que a vaca tosse, espirra mas não aguenta ser chamada de vaca-louca.
Nisso as vacas são bem melhores e mais respeitáveis do que os eleitores brasileiros que, coitados, não sabem votar e, muito menos, reclamar; elas pelo menos não se conformam em pertencer a nenhum curral eleitoral.
O fato agora é que o Mensalão 2012 ficou explícito, ganha quem tem mais laranja no saco pra vender. Ou mais úberes para dar de mamar a quem é chegado a um aleitamento tão bovino quanto providencial.
Deodó-duvide que o ninho tucano guarde tamanhos tesouros que os ativos da máquina pública não tenham para dar em dobro tudo que os passivos estão desejando.
Ministros - por amorfos que o sejam - já largaram de mão a Esplanada dos Ministérios e estão todos pousando em São Paulo mesmo em dia de expediente em Brasília. A Avenida Paulista é W3 deles.
E olhe que Dilma Vana disse e não mandou dizer no discurso de posse como primeira-mulher-presidenta da República que era "de todos os partidos, presidenta de todos os brasileiros". Já esqueceu, decerto. Como, decerto, já esqueceu também que um dia bradou tonitruante: "Apagão no Brasil, nunca mais!".
Hoje Dilma Vana é até mais PT do que um dia foi PDT. Em todo caso, deixe pra lá e experimente andar pelas ruas da paulicéia. Você dará de cara com diligentes ministros como um Aloízio Mercadante, um Padilha que não vai pra casa e com a musa domada Marta que já não se importa de gastar sola de sapato com um ministério nas costas.
Ande pela Paulista, ande. Eles e o rolo compressor público e notório vão acenar para você. Afinal, isso aqui não é o Irã. Lá para o político acenar precisa ter pelo menos uma das mãos.