É o desenfreado exercício da "estratégia de coalizão pela governabilidade" estabelecida no Brasil desde 2002 quando "um metalúrgico chegou ao poder".
A prática tem um só objetivo: conquistar aliados. É assim, terceirizando companheiros de ocasião que o espírito mensaleiro se materializa satisfazendo necessidades fisiológicas.
Com o poder e a riqueza que só "as elites" possuem, os compradores de almas e vendedores de ilusão emporcalham governos, governantes e seus seguidores de fidelidade canina que não se importam de serem corruptos, ativos e, de preferência, passivos.
Nestas três semanas, até o dia 28, data republicana para decidir a eleição de quem ficou para o segundo turno, vale tudo. Até dançar homem com homem e mulher com mulher, só para debochar do que diziam as cantorias de Tim Maia.
A turma do balcão de "negociações" vai ter um certo trabalho. Não porque os passivos não estejam prontos para satisfazer os ativos, sim porque a mídia vai estar de olho; o Ministério Público terá que estar; os homens de boa vontade, também; a sociedade e o eleitor, então nem se fala... Quer dizer, "se fala" sim, ou estaremos todos ralados.
A realidade é que vai ter que rolar muita grana das burras públicas - ou será que há outro lugar de onde eles descavoquem dinheiro para tanta cueca nova?
Vai sobrar muita oferta de cargos, salários, secretarias municipais, , empresas estatais, consultorias e até ministérios em casos mais agudos - ou você acha que na paulicéia o Russomanno vai continuar sendo o Procon Ambulante assim graciosamente; e Chalita não vai querer parar na Esplanda, à beira de um MEC ou coisa que o valha?
Bolas, se compraram a sola dos sapatos de Marta com o Ministério da Cultura só para ela ajudar HaHahaddad chegar ao segundo turno, quanto não será o valor de mercado agora para colocá-lo na cadeira de prefeito de São Paulo?
O irônico de tudo isto é que esse jeito "político" de satisfazer necessidades fisiológicas virou vocação. E nem sempre dá resultado.
Não deu em São Paulo - ainda que tenha sido comovente o des/empenho de Lula, de Dilma Vana, de ministros tipo mão-de-obra de segunda, como Aloízio Mercadante e Marta Suplicy...
Não deu porque HaHaHaddad foi para o segundo turno porque Russomanno era um candidato plastificado, nada mais que isso; foi para esta prorrogação eleitoral com votação inferior à que a musa Marta teve quando virou prefeita de São Paulo há 2 mil anos.
Não deu resultado em Vitória, no Espírito Santo; não deu em Belo Horizonte, onde Aécio deu um banho e reelegeu o prefeito assim de primeira, com um pé na frente e uma mão atrás; não deu resultado em Recife...
Não deu em Recife, terra do Capeta! Lá onde Lula se fez de dono, armou um barraco tremendo nas prévias e acabou cravando uma estaca no peitoral de mel guaco e agrião do vampiro de sempre, Humberto Costa.
Em se tratando de eleições "municipais" o cheiro não é tanto de burro; é mais de povo. O PT chegou escasso e nos seus limites de sempre nessas praças de guerra que por 21 dias serão verdadeiros armazéns de secos e molhados. Vai ter que dar muita inhapa, fazer muita gentileza, para que a clientela pague a conta de tudo que mandou pendurar no caderno.
De uma coisa o eleitor precisa saber: sempre que esses arautos do fisiologismo político falarem em negociação, coalizão, apoio, aliança e eufemismos desse tipo é porque os partidos e seus ativos e passivos estão satisfazendo suas necessidades fisiológicas. E você é quem vai padecer dos piores efeitos que uma desinteria política pode causar.