Esse Brasil fica um chatice quando não tem sessão do Supremo ao vivo na TV. Mal se pode esperar as terça-feiras para assistir a um bate-boca entre Joaquim Barbosa e Roberto Lewandowski. Os seguranças inclusive já estão instruídos a revistar as togas dos dois ministros antes que adentrem o plenário. Vá que um deles resolva andar armado...
MOLEZA
Não adianta o Felipão agora resmungar que não quis dizer que é moleza trabalhar no Banco do Brasil. Pedir desculpas é fácil; dificil é entender por que então o Pizzolatto pegou 12 anos de cadeia. Moleza é ficar esse tempo todo comendo e bebendo sem fazer nada.
O torcedor brasileiro está que não se aguenta mais de ansiedade para assistir à estreia da seleção da CBF agora sob nova direção. Vai ser muito mais engraçado vaiar o Felipão do que o Mano Menezes.
CORRIDA DO OURO
Eike Batista acaba de perder o posto de homem mais rico do Brasil para o investidor Paulo Lemann, da InBev. A ultrapassagem nessa verdadeira corrida do ouro foi feita por causa das recentes perdas do Grupo EBX. Será que a Receita está sabendo disso e daquilo?!?
LULALÁ
Marco Aurélio Carvalho, advogado do PT que Lula preside com muita honra, referindo-se ao Rosegate - sem tocar no assunto de 122 telefonemas banais trocados entre seu cliente e Rosemary Nódoa - disse que "Lula não deve explicações". Só se ele já falou com dona Marisa Letícia. E a quem interessar possa, Lula está viajando para longe da esbórnia, como sempre faz nas horas em que pode levar uma punhalada pela frente. Não, dona Marisa não vai com ele. Nem Rosemary.
O ministro olheiro da Secretaria-Geral da Presidência, Gilberto Carvalho, diz com sua faceta de velho porta-recados que "não têm nenhuma complicação para o presidente Lula" os e-mails de Rosemary Nódoa dizendo que vai falar com Lula antes de nomear diretores de agências
Note que ele se refere a Lula como presidente e não como Ex. Ato falho, decerto. E outra coisinha: ninguém está falando em mensagens eletrônicas, o que se quer saber é das 122 conversas telefônicas grampeadas pela Operação Porto Seguro. Vai ver que aquela voz não era de Lula. Afinal, falar todo mundo fala; voz todo mundo tem.
O PÉ
Luís Adams está com um pé fora da Advocacia Geral da União e outro no traseiro. Pense, assim de primeira, em um nome que a primeira-mulher-presidenta do Brasil está pensando. pronto! Carlos Ayres Britto. Mas é bom perguntar para ele.
DIZER O QUÊ?!?
Há correntes sérias e ingênuas dentro do PT defendendo a tese de que Lula deveria vir a público dar explicações sobre o Mensalão e o caso Rosegate. Podem tirar o cavalinho da chuva, Lula não tem como falar sobre o Mensalão porque se trata de "uma farsa" como ele sempre disse e nunca conseguiu provar; e sobre as relações com Rosemary Nódoa, nem pensaar - dona Marisa não deixa.
Para levar o nome do finório Paulo Vieira à Casa Civil, Rose - a dama dos telefonemas lulático, usou a sua proximidade com Zé Dirceu. E-mails demonstram como a ex-telefonista-chefe do gabinete da Presidência em São Paulo queria que Dirceu ajudasse a emplacar Paulo Vieira na agência. Mas Dirceu já disse e repetiu que não tem nada a ver com Rose que foi sua secretária por mais de dez anos; sempre foram apenas bons amigos. E, cá pra nós, seria um provalecimento agora, na situação em que todos eles se encontram, insinuarem que alguém nesse triângulo das Bermudas, usava boina de vaca.
SURTO
Cachoeira, ainda em plena fase de surto pra tudo que é lado, saiu do hospital e já foi logo dizendo que até dezembro vai casar com Andressa Mendonça. Nem a musa inspiradora acredita que ele esteja em pleno gozo de suas faculdades mentais. Cadeia, mais que ressocializar, dá uma saudade...
Guilherme Afif, cotado para ser ministro da novel pasta da Micro e Pequena Empresa, visitou Dilma Vana nesta sexta-feira. Passou a perna na dona do Magazine Luiza que no ano passado já se achava até meio ministra. Cara para entrar no ministério da Dilma, cá pra nós, ela tem.
CAUSA MORTIS
Violência em São Paulo: laudo pericial indica que empresário morto por PMs estava bêbado. Até pode ser que sim; mas nas ruas paulistanas tem gente que não bebe e está morrendo.
Porque hoje é sábado
Porque hoje é sábado e há um padre à paisana, meio de feriadão nas praças onde sexta-feira foi feriado evangélico, nada como uma boa leitura tipo assim coluna social às avessas, com uma boa pitada de escândalo como faz bem ao fígado de quem tem azia ao ler jornais. O jornal Folha de São Paulo traz a folhas tantas matéria especial e elucidativa com todos os ingredientes que o vulgo adora. Leia e fique por dentro deste affair republicano:
Relação com Lula explica influência de ex-assessora
Rose e Lula conheceram-se em 1993. Egressa do sindicato dos bancários, ela se aproximou do petista como uma simples fã. O relacionamento dos dois começou ali, a um ano da corrida presidencial de 1994. À época, ela foi incorporada à equipe da campanha ao lado de Clara Ant, hoje auxiliar pessoal do ex-presidente. Ficaria ali até se tornar secretária de José Dirceu, no próprio partido.
Marisa Letícia, a mulher do ex-presidente, jamais escondeu que não gostava da assessora do marido.
Jorge Araujo - 3.jun.2009/Folhapress
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A ex-servidora do Planalto em SP Rosemary Noronha, em viagem de Lula à Costa Rica, em 2009 |
Em 2002, Lula se tornou presidente. Em 2003, Rose foi lotada no braço do Palácio do Planalto em São Paulo, como "assessora especial" do escritório regional da Presidência na capital.
Em 2006, por decisão do próprio Lula, foi promovida a chefe do gabinete e passou a ocupar a sala que, na semana retrasada, foi alvo de operação de busca e apreensão da Polícia Federal.
Nesse papel de direção, Rose contava com três assessores e motorista. Sua tarefa era oficialmente "prestar, no âmbito de sua atuação, apoio administrativo e operacional ao presidente da República, ministros de Estado, secretários Especiais e membros do gabinete pessoal do presidente da República na cidade de São Paulo".
Durante 19 anos, o relacionamento de Lula e Rose se manteve oculto do público. Em Brasília, a agenda presidencial tornou a relação mais complicada.
Quando a então primeira-dama Marisa Letícia não acompanhava o marido nas viagens internacionais, Rose integrava a comitiva oficial.
Segundo levantamento da Folha tendo como base o "Diário Oficial", Marisa não participou de nenhuma das viagens oficiais do ex-presidente das quais Rosemary participou.
Integrantes do corpo diplomático ouvidos pela reportagem, na condição de anonimato, afirmam que a presença dela sempre causou mal-estar dentro do Itamaraty. Na opinião deles, a ex-chefe do escritório da Presidência em São Paulo não era necessária.
Oficiais da Aeronáutica se preocupavam com o fato de que ela por vezes viajava no avião presidencial sem estar na lista oficial. Em muitas vezes, Rose seguia em voos da equipe que desembarca antes do presidente da República para preparar sua chegada.
Nessas viagens, seguranças que guardavam a porta da suíte presidencial nas missões fora do Brasil registravam ao superior imediato a presença da assessora. Oficiais do cerimonial elaboravam roteiro e mapa dos aposentos de modo a permitir que o presidente não fosse incomodado.
Durante esses quase 20 anos, Rose casou-se duas vezes. Seu primeiro marido, José Cláudio Noronha, trabalhou na Casa Civil do então ministro José Dirceu quando Rosemary assumiu o escritório de São Paulo.
Na chefia do gabinete, ela construiu a fama de pessoa de temperamento difícil. Lula chegou a receber de amigos reclamações dando conta de que ela tratava mal os funcionários.
Um deles descreveu um episódio em que ela teria pedido para serventes limparem "20 vezes" o chão do escritório até que ficasse realmente limpo.
Apesar do temperamento, Rose era discreta e não gostava de contato com a imprensa. Em algumas festas e cerimônias, controlava a porta de salas vips, decidindo quem podia ou não entrar. Também costumava se consultar com o médico de Lula e da presidente Dilma Rousseff, Roberto Kalil.
Rose acompanhou o ex-presidente em algumas internações durante o período em que este se recuperava do tratamento de um câncer no Sírio-Libanês, em São Paulo. Mas só pisava no hospital quando Marisa Letícia não estava por perto.
Na campanha presidencial de 2006, a chefe de gabinete circulou nos debates televisivos que Lula teve com o tucano Geraldo Alckmin.
Ministros e amigos do ex-presidente não negam o relacionamento de ambos. Foi de Lula a decisão de manter Rosemary em São Paulo, conforme relatos de pessoas próximas.
O porta-voz do Instituto Lula, José Chrispiniano, procurado pelos repórteres da Folha afirmou que o ex-presidente Lula não faria comentários sobre assuntos particulares.