Volta Lula!
Luláticos ameaçam botar Lula no lugar de Dilma
Lula em 2014 e Dilma só em 2018
Desde que Lula botou o pé na estrada para fugir dos efeitos colaterais do Rosegate, o Palácio do Planalto tem provocado azia nos lulistas de carteirinha, ao defender a tese de que o ex-presideus deve vir a público explicar suas relações de profunda e carinhosa amizade com Rosemary Nódoa, a primeira-dama do governo institucional da República.
Os petistas majoritáios que já não gostavam de Dilma Vana porque ela não é sangue puro na legenda e sempre esteve mais para brizolista do que nada, agora querem dar a volta por cima e usar mais um escândalo para fazer de Lula o candidato do PT à Presidência da República em 2014.
Revelam, uma vez mais o que pensam e o que são em termos de corrupção, lavagem de dinheiro, formação de quadrilha e tudo quanto é delito na máquina pública: ao invés de combater os malfeitos, juntam-se aos malfeitores e fazem do crime e do desmazelo moral a catapulta para lançar seu poderoso chefão ao cargo de proprietário do Brasil.
Usam o descrédito de Lula - um consagrado enganador com popularidade em baixa - como razão principal para lançar o seu divino mestre a tripresidente do País em 2014, ameaçando-a com a promessa, em estilo de extensão ao plano de poder do PT, de que ela voltará a subir a rampa em 2018. Não só defendem essa ideia como já começaram a colocá-la em prática.
A cúpula do PT já transou isto com Lula. Era o pulo do gato que Lula esperava. Quem está balançando com o o Rosegate não é ele; é Dilma Vana, a impura petista presidenta. Os puristas luláticos acham que com a frouxidão de Dilma Vana diante da corrupção generalizada e da roubalheira que ela vem tentando conter, o PT pode acabar. Para eles, sem Lula no Palácio do Planalto em 2014, o partido pode virar nanico outra vez.
Isso, no entanto, é só uma espécie de guardachuva do amor. A fidelidade a Lula prende-se apenas ao fato oculto de que os majoritários não têm recebido de Dilma os cargos que tanto gostam de ocupar e por tanto tempo preeencheram nos oito anos de poder absoluto do seu grande ídolo.
Isso quer dizer apenas que Dilma Vana, no fundo, no fundo, não precisa nem sequer perder o sono com essa camarilha cheia de orgulho pela cara mais feia da República, porque a revolta que leva ao relançamento de Lula é apenas uma questão de preço e de moeda. Basta Dilma Vana mexer os pauzinhos e dar a cada um o que cada um está querendo; um carguinho daqui, uma diretoriazinha numa estatal qualquer, um ministério para os mais gulosos, um cruzeiro marítimo, uma consultoria estratégica, uma coordenadoria de licitações e concorrências pública, e pronto, tá tudo dominado.
E assim com o domínio dos fatos, Dilma Vana mostra que não acredita numav írgula sequer desse discurso de que, cedendo lugar a Lula em 2014, ela voltaria em 2018. Só se Lula morresse envenenado ao morder ou enrolar a língua na garganta. Depois de Lulalá outra vez, pode chamá-lo de Fidel Castro que ele vai atender. Fica para todo o sempre, amém. E seja o que Deus quiser, se Lula deixar.
De qualquer maneira, o que se está querendo dizer aqui e agora é que o grito de "Volta, Lula!" que Zé Dirceu soltou nos primórdios do ano passado, quando o julgamento do Mensalão ainda não havia começado, volta a ecoar agora pelos céus e infernos do Brasil da Silva. A boa ideia está de novo no ar. Que porre!
RODAPÉ - O pior de tudo é que o Brasil assiste atônito e sem capacidade de reação a esta apologia ao crime organizado oficial. O brasileiro, povo bem e cordato, já está se acostumando a boa ideia de que vale a pena ser corrupto, propineiro, enganador, dissimulado, ganancioso, sem pruridos de moral e vergonha. E não há como escapar dessa disputa entre os que querem Lula e os que preferem Dilma. É que, do outro lado, precisará escolher entre Alckmin, Zé Serra, Aécio Neves, Eduardo Campos e outros menos votados. E assim é e será até que surja do nada, para fazer a mesma coisa que aí está, um novo Fernandinho Beira-Collor.