Próprio da Dilma
Em Paris, falando ao jornalão Le Monde, Dilma Vana disse que não tolera corrupção. A presidenta-dilgenta acrescentou, para não perder a viagem, que corrupção "é um flagelo que afeta todos os países". Como os repórteres prestaram atenção ao que ela dizia, Dilma se agrandou: "Eu não tolero a corrupção e meu governo também não". Eta! Parecia até aquele Zé Dirceu dos tempos em que botava banca: "Este é um governo que não rouba e não deixa roubar". Mas, parecido não é igual.
Le Monde publicado na semana passada, a propósito do Congresso do Instituto Lula na Cidade Luz. É apenas um especial sobre o Brasil, com 98 páginas de artigos e entrevistas. Deve ter saído de graça.
Dilma, quando engata uma primeira, não há quem segure. Ela foi logo completando: "Se há uma suspeita justificada, a pessoa deve sair. É claro, não devemos confundir investigações com caça às bruxas, próprios de regimes autoritários ou de exceção".
No contexto até que ela não foi mal; quebrou a entrevista na hora da concordância. Se ela se referia a "investigações" elas seriam "próprias" de regimes e coisa tal... Se, no entanto, ela quis classificar "com caça às bruxas", voltou a errar no gênero, a concordância seria de novo singular e feminina: "própria" de regimes autoritários ou de exceção. Aquele diploma continua fazendo falta.
De qualquer maneira, o que realmente importaria é que Dilma Vana não estivesse jogando para a torcida. A propósito, seria bem próprio que ela própria se apropriasse dos cargos desses proprietários indébitos da máquina pública propriamente dita. Melhor do que dizer impropriedades.