Cabeça, tronco e...
membros abaixo de qualquer suspeita
À la Jack Estripador, vamos por partes que o Brasil em Brasília está cortando fundo. Primeira parte extirpada: golpe de Sarney pra cima de Dilma Vana, usando o Congresso para acabar com o veto presidencial aos royalties:
A deputada Rose de Freitas (PMDB-ES) - mais uma Rose no caminho da República - abriu a sessão mais ágil e dinâmica da História do Brasil para votar 3.060 vetos presidenciais pendentes. A azáfama liberaria a apreciação do veto da presidente Dilma à nova lei de partilha dos royalties do petróleo,. Acontece que a sessão foi suspensa em seguidinha para discutirem o rito de votação. O Senador Magno Malta (PR-ES) saltou de banda e fez um bonito para a primeira-presidenta, se antecipando à derrubada do veto de Dilma, Ele entrou, nesta tarde, com mandado de segurança no STF para anular a sessão do Congresso. Veja você que, quando lhes convém, os nobre parlamentares reconhecem o poder do Supremo. Marco Maia, a esta altura, não deve estar entendendo nada do que acontece naquele paraíso da mixórdia.
Entrementes, na parte dois dessa ópera bufa, do outro lado da Esplanada, Roberto Gurgel detonou sua estratégia rumo à prisão imediata dos mensaleiros condenados. Na segunda-feira ele retirou a petição que pedia cadeia já para Dirceu e seus companheiros malfeitores; agora Gurgel vai reapresentá-la entre hoje e amanhã.
Assim é que - como o tribunal entra em recesso nesta quarta-feira - o pedido será apreciado apenas por Joaquim Barbosa que, como é presidente do STF, tem poderes para tanto. O plenário do STF só voltará a se reunir em fevereiro do longínquo próximo ano.
Barbosa já dá sinais de que irá analisar com grande carinho e atenção a petição de Gurgel. A quem lhe perguntou se a resposta ao pedido de prisão dos malfeitores sairia ainda nesta semana, ele disse apenas "talvez". Quanto à urgência de execução das penas, o presidente do Supremo disse que" o critério é haver fundamento para o pedido, vamos ver o que ele (Gurgel) vai alegar".
Fica no ar apenas o roteiro da encanação dos mensaleiros. O final feliz para esta peça que já tem mais de sete anos de apresentação está em clima de filme de suspense: os malfeitores irão para a cadeia antes, ou depois do Natal. O Réveillon é quase que certo, será curtido atrás das grades. Ou não.
E assim é também que, por puro fastio, destrinchamos o corpo de delito dos dois poderosos lugares da República, em apenas duas partes. Cabeça e tronco. Os membros abaixo de qualquer suspeita podem ir todos para cadeia.