O Brasil não é a Venezuela

Já que o governo do Brasil atendeu ao apelos dos golpistas da Venezuela para apoiar o adiamento da cerimônia de posse de Hugo Chávez, bem que poderia agora seguir a conduta da oposição venezuelana diante da decisão do Tribunal Supremo de Justiça daquele país companheiro e acatar a decisão do STF daqui contra os mensaleiros e malfeitores da República dos Calamares.

O líder opositor venezuelano Henrique Capriles, derrotado por Hugo Chávez nas eleições presidenciais do ano passado, aceitou nesta quarta-feira (9) a sentença do Tribunal Supremo de Justiça de adiar a posse do novo mandato de Chávez, que continua conservado em Cuba depois de mais uma cirurgia para a retirada de um câncer.

Capriles foi digno e conciso sobre a decisão do TSJ deles lá: "Já há uma sentença, uma interpretação que fez o Tribunal Supremo, acabaram as desculpas, senhor Maduro, agora cabe ao senhor assumir a responsabilidade do cargo que ocupa e governar".

No fundo, no fundo, Capriles aposta na incapacidade administrativa de Maduro que, a partir deste dia 10 passa a gerenciar a Venezuela monitorado por Hugo Chávez, uma espécie de faraó já besuntado com formol pela milagrosa medicina cubana, a mesma que mantém Fidel Castro forte, rijo e saudável. A Venezuela é o Egito; o Brasil não é a Venezuela. Aqui as múmias não têm substitutos.