O medo

TENHA MEDO DO QUE O GOVERNO PODE FAZER COM VOCÊ. NO BRASIL GOVERNAR É SATISFAZER NECESSIDADES FISIOLÓGICAS.

7 de jan. de 2013

Dama fora do baralho

Então, além de mandar e desmandar em Zé Weber, braço-direito da Família Adam na Advocacia-Geral da União, o que mais era fonte de energia e de poder para Rosemary Noronha, a Rose, primeira-dama do governo Série-B de Dilma, instalado em São Paulo?

De onde e de quem emanava todo o seu poder? Quem criou o ninho da águia que governava o país em paralelo? Quem lhe deu o cargo de chefia do escritório da Presidência da República? A quem Rose era subordinada? Para quem Rose telefonava, um dia sim e outro também pedindo coisinhas, como um uísquinho de antes e o cigarrinho do depois? Quem avalizava o seu passaporte fantasma? E quem garantia os seus voos mais altos pelos céus do mundo afora?

Para quem Rose prestava contas? Nas apostas de quem Rose abocanhou o posto de dama de ouro? Quem era, mais do que valete e rei, o seu coringa das grandes cartadas? Quem era o grande pateta da história republicana que Rose apunhalava pelas costas no mar, na terra, no ar? Quem foi que, quando o castelo de cartas começou a desmoronar, transformou a dama de ouro na dama da espada?

Não, não responda. A dama já é carta fora do baralho. Foi pra baixo da manga (Epa!) com ouro, espada e tudo. O coringa virou "Deus" para efeitos de ligações já menos compensadoras do que as linhas telefônicas de outrora, mais enroladas do que cruzadas naqueles 122 grampos aplicados pela Polícia Federal.

Rose deve ser ouvida ainda esta semana pelos organismos da Justiça. Vai abandonada, como um dia foi abandonado o bode expiatório Marcos Valério; tão só e tão única culpada, quanto Carlinhos Cachoeira, o malfeitor que ficou milionário sozinho, porque - ao que os radicais livres fazem parecer - roubava de Carlinhos Cahoeira para devolver em seguida ao mesmo Carlinhos Cachoeira. Não tinha cúmplices, nem parceiros, nem companheiros.

Rose vive hoje, no completo abandono a que foi relegada; curte um drama de múltipla personalidade: não sabe se é a poderosa Rosemary, a reles segunda-dama do governo lulático, ou se é a v ersão feminina e ultrajante do operador mensaleiro Marcos Valério; pode ser também a porção-mulher do único malfeitor do Brasil, Carlinhos Cachoeira.

Rose já simula, com a perfeição de quem conhece a pandilha que a cercava, uma enorme depressão, tão providencial e vai ver que tão curável quanto um reles tumor na garganta. O diabo é que o "Deus"de Rose sempre perde o dom divino da onipresença nessas horas.