Hoje é domingo, dia de dizer coisas que não têm nada a ver. Ou têm... Dia de dizer.

MEIO CRACK

Saí de casa com o estômago embrulhado. Fui dar a minha ínfima parcela de credibilidade - aquela coisa tipo grão de areia à beira da praia - a um sistema eleitoral viciado.

Agora, me sinto assim como uma pedra de crack nesse organismo de estado doentio e descuidado. Não aguento mais ser paciente. Vou sair à cata da cura para esse país tão mal tratado.

Comecei hoje, votando contra tudo e todos que tomaram o Brasil de assalto. E o fiz, assim, como se acreditasse que a urna eletrônica fosse mesmo inviolável e o sistema absolutamente sério e seguro. É que não havia outro remédio. Hoje, Não.

TÊNIS FEMININO NA CHINA

Nesta madrugada, assistindo pela TV à decisão da WTA na China entre as rimas loiras Kavitova e Sharatova, me liguei na beleza das duas tenistas e na mesmice da seleta plateia oriental.

Estavam todos perfeitamente encaixotados em confortáveis baias para meia dúzia e também para dúzia inteira de chineses amantes do antigo esporte-branco.

Aí me deu na telha - hoje é domingo, pô! - de querer saber como é que eles não se cansam de olhar uns para os outros, o tempo todo, a vida inteira. São todos iguais, sem tirar nem pôr... Homens e mulheres; velhos e moços.

Acho que se reconhecem pelos bonés, relógios e óculos. Mas todos os bonés são da Nike, os relógios Rolex e os óculos Ray-Ban. Tudo Made in China.

Então me dei conta de que é, provavelmente, pelo cansaço de se deparar sempre com a mesma paisagem, o mesmo visual que eles vivem de olhinhos fechados.

A semelhança entre eles é tal e tão flagrante que o chinês é, hoje, o único povo da Terra que ainda não aderiu à moda do Selfie.

Ah, sim... A Maria Sharapova é um pouquinho mais bonita que a Kavitova. Mas as duas jogam bem direitinho. São boas. Tô de olho aberto na quadra. Hoje não tem futebol na TV.