NO REINO DA POLITICALHA
Raramente o Congresso Nacional faz alguma coisa que preste. Essa Lei de Responsabilidade das Estatais - que pelo menos obriga qualquer indicado a passar por uma sabatina no Senado - é um desses momentos raros.
Pois, contrariada em seus arroubos de mandachuva, Dilma Vana encara a votação dessa lei como uma "agenda anti-governo". Dessa vez não é; não chega a ser.
A indicação desregrada, sem critério e sem escrúpulo, baseada na perniciosa "estratégia de coalizão" é que vem causando a paralisia administrativa e provocando essa inundação de lama e sujeira que sufoca o país.
Dilma Vana, de palavra desonrada sempre por ela mesma, diz que a escolha de quem deve mandar nos organismos estatais é "prerrogativa do governo". Uma ova! A Constituição desmente. E só isso já bastaria para que os escolhidos se submetessem a uma sabatina seletiva.
Não pense que há, no entanto, algum valor maior agregado a essa proposta congressual de mudança na forma de indicação dos amigos do rei e da rainha. Uma vez adotada a sabatina com os ungidos, as escolhas seriam mais apropriadas, mas nem de longe seriam a salvação da pátria.
Tudo se resume, ao fim e ao cabo, à velha guerra pelo poder. É mais que uma atitude em defesa da nação; é muito mais um desafio aos mandos de Dilma Vana, ou quem quer que seja que pense estar governando essa pátria educadora.
Daí o que se tira do meio desse tiroteio é que no reino da Politicalha nunca houve uma guerra boa e muito menos uma estação de paz enganadora.
Feita essa mudança, ela tem tudo para agradar ao Tiririca: vai camuflar tudo como está, só para ver como é que fica.