O futebol imita a política... Ou, a CBF imita o governo... Ou, assim como no social, o esporte pisa na bola... Ou, lá se vai o Brasil descendo a ladeira. Nunca antes na história desse país o futebol da Copa América foi para os brasileiros tão Copa das Copas. O que é de ruim e o que não deve fazer, o brasileiro aprende logo. Ninguém faz tão bem o que faz mal quanto esse Brasil da Silva.
BRASIL DA SILVA 1x1 PARAGUAI
SÓ QUE NÃO
Nem há o que contar. Em todo caso, sempre há o que maldizer...
Aos 15 minutos do primeiro tempo, gol de Robinho. Golzinho, de chapinha, devagarinho, golzinho do Robinho, penúltimozinho romanticãozinho do nosso futebolzinho. Que bonitinho.
E pronto, acabou o nosso joguinho.
Pero no mucho. Havia o Paraguai. O brutal e mastodôntico Paraguai.
Aos 26 minutos do segundo período, golaço. Verdadeira obra de arte guarani; uma coisa nunca vista: gol de pênalti. Acho até que o paraguaio bateu de bicanca. Era dia de índio.
A decisão foi para as penas máximas. Ah, se essas penas máximas fossem no Paraná... Pena que as penas eram embaixo das traves lá do Chile, não eram sob a Vara de Curitiba. Pena.
E a tragédia da Alemanha quase se repetiu na cobrança alternada de penalidades máximas. Quase levamos 5 a 1, de tão mal que os órfãos de Neymar executaram sua tarefa.
O time de Dunga fez de tudo para ser eliminado. Pareciam até ministros da Dilma quando se metem a fazer alguma coisa.
Pelo jeito, foi isso mesmo que o Dunga mais ensaiou no treino secreto de sexta-feira: primeiro, como um zagueiro abobado deve meter a mão na bola na cara do juiz; segundo, como desperdiçar penalidades máximas.
Nunca ninguém bateu pênalti tão mal com tamanha perfeição. Executaram tão bem as péssimas cobranças que só podem ter ensaiado tudo muito bem.

Dilma, a escolhida, escolheu os seus ministros e eles não ministram nem administram nada.
Dunga, o escolhido, escolheu os seus jogadores e eles não jogam nada.
Como se vê, assim como Dilma, Dunga como os brasileiros, aprendeu logo. E assim como Dilma, o Dunga vai ficando. Na política, como no futebol, ninguém faz tão bem o que faz mal quanto esse Brasil da Silva.