BOM DE COMBINA
Esse time era bom de bola. Ficou quase tanto tempo invicto, quanto a Portuguesa do Patê, nascida do destemido Huracan que nunca teve presidente nem diretoria. Sem cartolagem o futebol brasileiro era outro. Cheio de pedaladores tipo Robinhos, Ronaldinhos Gaúchos, Neymares, Neguinhos Pintinhos, Wilsons Carvalhos e Oswaldinhos Langlois. Ninguém congueava e nem gastava a peronha com mais prazer e naturalidade que os boleiros da década de 60.
Como eu estava sem apetite naquele velho domingo, marquei só três gols - um de cabeça, um de pé direito e o outro de trivela canhota. Deixei que Betinho Maldade, Uiratã Marroni e Casquete completassem o marcador.
A bola como se vê era de couro; o couro vinha da vaca; a vaca tem paixão por grama... Então a bola rolava na grama, rentinha, redondinha; e o nosso time era só de come-bola. No bom sentido, é claro.
Pousaram para a posteridade, em pé, da esquerda para a direita de quem olha esse apógrafo: Pedro, Coreia, Wilmar, Casquete, Dr. Jorge e Abib, o Lala; agachados, ladeando o craque Sérgio Siqueira sentado na peronha, também da esquerda para a direita: Betinho David, o Maldade, Mário Franco, - este redator que vos orienta - Heleno Varela e Uiratã Marroni.
Todos desse time foram convidados para seguir a carreira de jogador profissional nos melhores clubes do ramo. Todos, sem exceção, acharam que sabiam fazer tão bem ou melhor outras coisas, tão ou muito mais gratificantes na vida.