QUANDO BANCA A MULHER SAPIENS
O Brasil está mesmo uma ópera bufa. O poder estabelecido - junte-se aí o governo Dilma, o Congresso Nacional e a suprema parte do Judiciário que corteja a lado malfeitor do Estado - faz do cotidiano nacional um divertimento jocoso, uma comédia escrachada, digna das maiores pornochanchadas que uma nação possa padecer.
Nesta enfadonha terça-feira fui almoçar e enquanto desviei a atenção dos bifes de panela para a tela da TV, dei de cara com a Dilma e quase perdi a hora da refeição porque ela me provoca gargalhadas irreprimíveis e me dá frouxos de riso.
Percebi que ela palanqueava eletronicamente sobre energia elétrica, com rasgos de um amargo regresso a sua primeira promessa, já como president@, lá pelos idos de janeiro de 2011, quando vituperou na cara de FHC "Brasil, apagão nunca mais!".
Vi, hoje que ela meio que se gabava dos descontos nas contas de luz que nos deu durante a campanha de sua reeleição e nos atochou até os gorgulhos logo depois, de um jeito que a gente fica roxo até hoje na hora de pagar a fatura.
Pelo jeito ela falava agora sobre o lançamento de um plano genial, salvador e chocante sobre energia. Vi e ouvi de cara, um vitupério à moda pérola. Dizia Dilma Vana para mim, assim sem cerimônia, como quem fala olho no olho: "...Lançamos há 10 anos atrás"... Epa! Opa! Isso é pornografia!
"Há anos atrás" é redundância! Não se emprega "há anos atrás". Anos é atrás, todo mundo sabe. Que mulher maravilha, essa Dilma!
Dei meia volta e já ia trocando de canal quando ela me aplastou nos ouvidos outra preciosidade: "...Aqueles que precisam de energia para crescer...". Epa! Opa, de novo!
Pô... Só cresce com energia, né não?!? Sem energia fica pequenininho.. Aí, deu pra minha bola me levantei e... Ainda escutei, antes de varrer essa xarope da minha sala: "Eu comprimento o plano do ministro; eu comprimento o ministro Lobão...".
Juro, juro por tudo que é mais sagrado e uma batata frita: eu pensei que ela ia se espichar toda para cumprimentar o ministro. A guria medonha não sabe a diferença entre um ministro comprido e um dever cumprido. Não aguentei, passei para um canal de esportes.
Ah, sim... Antes de deletá-la da TV, ainda escutei, sei lá a troco de quê, Dilma Vana dizendo em tom sempre abusado: "a estimativa do órgão do ministro"... Aí tirei as crianças da sala.
O que quer que Dilma Sapiens estivesse tentando dizer para a nação, não tinha nada a ver comigo; nem com a minha conta de luz cheia de bandeirolas vermelhas, me multando porque tenho insistido em racionar o consumo de energia aqui em casa. Gastei a metade em julho e paguei o dobro ontem, dois dias antes do vencimento.