O MESMO JEITO, A MESMA LÍNGUA,
A MESMA MANIA DE COMPANHEIRISMO
Assim que foram denunciados formalmente como propineiros passivos pelo selecionador-geral da República da Dilma, Rodrigo Janot, imediatamente, Eduardo Cunha e Fernandinho Beira-Collor mostraram que não só agem da mesma maneira, como falam a mesma língua.
Cunha disse que se cair não vai "cair sozinho". Beira-Collor, só para variar, vociferou que "se eu for preso aumentem as celas, porque não vou sozinho".
Não, isso não é chantagem, nem confissão de culpa, muito menos o temor claustrofóbico de dormirem desacompanhados e na mais completa escuridão do abandono social; é só essa mania estranha de cultivar o companheirismo que caracteriza os donos dessa democracia que não rouba nem deixa roubar.
Nas entrelinhas aparecem nitidamente as caricaturas do Caubói dos Rebanhos Fantasmas, do rico empresário Brahma e da obediente Mulher Mandioca.
Por impiedosa armadilha do destino, a trinca é a mesma que foi desenhada nas falas de Emílio Odebrecht que também recomendou a ampliação das cadeias, caso Marcelo seu filho fosse pagar o pato nas malhas da Operação Lava Jato.
Como se vê, essa pandilha não só fala a mesma língua, como uns chegam a ficar parecidos com os outros, assim que começam a conversar entre si. Almas gêmeas, sem sombra de dúvida.