DO HOMEM ACORDADO...
O Datafolha descobriu que Dilma Sapiens excedeu uma vez mais: bateu Fernandinho Beira-Collor em matéria de rejeição popular. O governo Dilma chegou aos inéditos 71% de reprovação e com isso passou a ser a governante mais impopular desse país, desde que o Datafolha foi instituído em 1990. Dilma bateu todos os recordes: é a própria Tocha Olímpica da impopularidade.
E você acredita, até que enfim, no Datafolha. Terá, então, o tal instituto de pesquisas melhorado tanto assim? Não, o governo Dilma é que piorou tanto assim.
E, por que Dilma chegou a esse desastre? Há duas razões líquidas e certas para tamanho fracasso: o brasileiro já sabe que Dilma é incompetente e mentirosa. E há mais uma razão líquida e um pouco ainda incerta: a mentirosa sabia o que estava fazendo e deixou a gandaia da propina correr frouxa porque ela também não tem medo de ser feliz.
Agora, então, inda que mal pergunte: Dilma, a descobridora da mandioca, cairá do galho por causa desses escandalosos 71% de rejeição? Pode até cair, mas não deve cair... Não pode cair por isso apenas. E eu me arrisco a dizer que não deve cair.
Ela, por castigo, deveria permanecer onde está, nesse patamar mesmo de reprovação popular, para que o Brasil escape de ser governando agora por um Michel Temer, ou até pelo tenebroso Eduardo Cunha um pouco mais adiante.
Com Dilma agarrada no pincel, o Brasil teria três anos e meio pela frente para descobrir uma nova liderança que tenha um programa de governo que atenda a voz rouca das ruas que pede pelo fim da corrupção e dos corruptos; que pede por saúde, educação, transporte, emprego, segurança, comida na mesa, salários dignos e igualdades sociais.
Mas, atenção! Que nesses três anos e meio o povo não pare de ir às ruas, varrendo dos seus caminhos velhas lideranças de araque, venham elas das Minas Gerais, do ABC Paulista, dos coronelatos nordestinos, ou dos rincões do Cone Sul do mundo.
Nesse meio tempo, à moda formigas diligentes, juntemo-nos a transportar todos os dias os nossos punhados de terra até que eles se transformem em montanhas.
Que, nesse ínterim, à maneira de um determinado e incansável formigueiro, a nação acabe com a saúva que devora o país fazendo o Brasil mostrar sua cara, enquanto a Justiça continue passando o Brasil a limpo, como a Lava Jato está fazendo.
RODAPÉ - O título desse texto é um pensamento de Aristóteles: "A esperança é o sonho do homem acordado". Vejam a fragilidade a que esse país foi relegado pelos malfeitores que colocaram o crime organizado no lugar do Estado: a Operação Lava Jato é hoje o único sonho de esperança que nos mantém acordados.