TODO PAÍS É DIFÍCIL DE GOVERNAR,
SÓ O BRASIL PÓS-LULA É IMPOSSÍVEL
Desde que Lula subiu a rampa, em 2002, seu plano de poder e riqueza foi baseado no que ele mesmo chamou de "estrategia de coalizão pela governabilidade".
Como nunca teve um programa de governo, apenas um perniciosos plano de poder, a base sólida do seu domínio foi sempre o balcão de compra e venda de consciências e ideologias que se esfacelaram em fisiologia pura.
Na realidade, tratava-se apenas de saber quanto é que cada opositor custava para ser seu aliado. E foi desde então que Lula não teve medo de ser feliz enquanto satisfazia suas necessidades fisiológicas.
Foi assim - comprando aliados e vendendo a alma para o diabo - que a Era do PT no Poder arrombou e deixou arrombar o Brasil.
Esse tempo está chegando ao fim. Uma espécie de triste fim do Policarpo Quaresma. O esquema Lula de disfarçar de político o grande burguês e empresário de negócios públicos e notórios que existe dentro dele, reservou para seu protagonista o pior lado do ingênuo herói do romance de Lima Barreto.
Ao contrário do Major Quaresma, da obra de ficção pré-modernista, Lula - o Brahma dos Empreiteiros, não tinha e não tem nada de ingenuidade e muito menos de inocência.
Ele ficou apenas com um falso nacionalismo, com a esperteza, com a obsessão de tomar de assalto um país adormecido e distraído que hoje, se vê traído por esse falastrão astuto que saiu das grotas para apropriar-se da credulidade de um povo.
Um povo que ele, formando uma elite de finórios disfarçados de políticos e de empresários, transformou numa nação barata e fácil de ser comprada. Um povo que, mais do que se vende, se deixa comprar por qualquer bolsa-família, bolsa-desemprego, bolsa-refeição, bolsa-transporte, a bolsa ou a vida. Povo barato; povo quase feliz.
Mas eis que, senão quando, de repente e não mais que de repente, vem a Operação Lava Jato e destrambelha o esquema Lula de compra e venda de aliados, de toma lá e dá cá consciências, de transações de almas, de ligações promíscuas com operadores, receptadores, consultores, advogados de voos rasantes, de empreiteiros e construtores de um Brasil bandido que se veste de Estado e age como se fosse governo.
Toda a base do plano de poder e riqueza está ruindo. A OperaçãoLava Jato está passando o Brasil a limpo. A Era Lulática está chegando ao fim. Mas, a grande lástima, o grande risco é que o Brasil não está preparado para o que der e vier.
E, no entanto, tudo que vier de democracia simples e verdadeira, por ruim ou ruidosa que possa parecer, será melhor do que isso que hoje esses salafrários travestidos de autoridades, de políticos e governantes, oferecem como democracia para o povo.
Essa democracia de gabinete - resolvida intramuros sempre pela mesma meia dúzia de luminares da cartilha do PT & Sócios Ilimitados - é que dividiu o país entre ricos e pobres; negros e brancos; "nós" e "eles"; bons e maus; Lula com seus comparsas e o resto.
Foi essa famigerada, perniciosa e voraz "estrategia de coalizão pela governabilidade" implantada por Lula, desde o primeiro dia do seu primeiro governo, que deixou o legado maldito, a herança da ingovernabilidade que Dilma Sapiens está amargando hoje, véspera de um segundo mandato que nem começou e já está prestes a terminar.
O estrago é tão grande que a ingovernabilidade não é um legado que ficou apenas para a Dilma Vana Tocha Humana, Mulher Mandioca e Presidenta Sapiens; é uma herança maldita que desaba na cabeçorra do próprio Lula, o Pai da Burguesia Trabalhadora e de quem hoje der as caras pelos caminhos da sucessão.
E pode-se botar nessa estrada da ingovernabilidade tucanos, demoníacos e quem vier e quem quiser desse rolo compressor que amassa a sociedade brasileira desde 1985, quando a missão de redemocratizar o Brasil ficou nas mãos de Zé Sarney.
Foi aí que, sob as tristes asas do Marimbondo de Fogo, tudo começou muito mal: ele passou a faixa para Fernandinho Beira-Collor, substituído às carreiras pelo topete de Itamar Franco que entregou a taça para o príncipe do balacobaco, o tatibitate FHC que jogou tudo no colo de Lula, o Barba do Dops, o Brahma dos Empreiteiros que descobriu o Brasil da Silva e inventou Dilma Vana, a criatura sem pé nem cabeça.
Assim é que, todo país é difícil de governar; só o Brasil pós-Lula é impossível.