BEM EMBAIXO DOS NARIZES MAIS REPUBLICANOS
E NINGUÉM SENTIA O MAU CHEIRO NEM VIA NADA
João Vaccari Neto, antigo tesoureiro do PT e Renato Duque, nobre diretor da Petrobras, entraram bem na Vara do juiz Sérgio Moro. Pegaram cana da boa, por corrupção passiva, organização criminosa e lavagem de dinheiro.
O tesoureiro pegou 15 anos e quatro meses de prisão; o nobre Duque, levou 20 anos e oito meses de reclusão. Eles acham que foi demais e, como todo inocente, têm direito a recorrer das sentenças.
Em matéria de condenação, os dois são debutantes. Mas, sabe como é, tudo tem um começo. Ainda faltam o meio e o fim.
A dupla está presa no Complexo-Médico Penal, em Pinhais, na região metropolitana de Curitiba, o paraíso dos degradados filhos de Eva.
No mesmo barco dos aflitos, estão outros condenados como o asseado Alberto Youssef - por lavagem de dinheiro; Augusto Mendonça, por corrupção ativa, associação criminosa e porcaria, mais conhecida por lavagem de dinheiro;
Adir Assad, Dario Teixeira e Sônia Branco - todos os dois e ela todinha, por associação criminosa e lavagem de dinheiro; Pedro Barusco, o passivo por corrupção, associação criminosa e lavagem;
Mário Goes, pelas mesmas razões de Barusco; Julio Camargo, ativo na hora de corromper, por associação criminosa e lavagem de dinheiro, sempre de dinheiro. Essa gente não lava mais nada.
PROPINAGEM
Sergio Moro lavrou a sentença em Vaccari e Duque por desvios de recursos e pagamento de propina em quatro projetos da Petrobras, tome nota aí: gasodutos Urucu-Coari e Pilar-Ipojuca e as refinarias de Araucária (Paraná) e Paulínia, em São Paulo.
Na refinaria de Paulínia, o Clube do Bilhão - sociedade frequentada por Brahma, o camelô de luxo - fraudou a licitação realizada em 2007 (Lula era presidente da República) com uma concorrência simulada entre o consórcio CMMS, a UTC Engenharia e a Andrade Gutierrez.
É que o acerto e a propina já estava na mão: o Consórcio CMMS seria o vencedor. Na peça de acusação a Vara de Molro registra que "os demais apenas deram 'cobertura' para maquiar a licitação com aparência de regularidade".
Na hora e na vez da refinaria Presidente Getúlio Vargas - Repar, em Arfaucária, o Ministério Público
denunciou que houve pagamento de propina em dinheiro vivo, mais que vivo, esperto, depositado em contas no exterior para a Diretoria de Serviços, então dirigida por Renato Duque.
Parte dessa grana acabou caindo no colo de João Vaccari Neto, na forma de doações registradas na Justiça Eleitoral. Vaccari intermediou doações de R$ 4,2 milhões oriundos do poço sem fundo da Petrobras.
Foram duas dúzias exatas de repasses de empreiteiras, em dezoito meses, no período de corrido de 2008 a 2010. As dadivosas contribuições foram feitas por solicitação de Renato Duque. No Consórcio Interpar, a propina destinada à Diretoria de Abastecimento da Petrobrás chegou a R$ 28, 2 milhões; já a fatia do bolo que coube à Diretoria de Serviços foi de R$ 56,4 milhões.
Para Sérgio Moro, na sua peça condenatória, "a corrupção gerou impacto no processo político democrático, contaminando-o com recursos criminosos, o que reputo especialmente reprovável. Talvez seja essa, mais do que o enriquecimento ilícito dos agentes públicos, o elemento mais reprovável do esquema criminoso da Petrobras, a contaminação da esfera política pela influência do crime, com prejuízos ao processo político democrático. A corrupção com pagamento de propina de milhões de reais e tendo por consequência prejuízo equivalente aos cofres públicos e a afetação do processo político democrático merece reprovação especial".
Sergio Moro diz no ato de condenação que o ex-diretor da Petrobras Renato Duque, por sua vez, "passou a dedicar-se à prática sistemática de crimes no exercício do cargo de Diretor da Petrobras, visando seu próprio enriquecimento ilícito e de terceiros".
Ele acrescenta ainda que Duque atuou no recebimento de pelo menos 36 milhões de reais, cerca de 950.000 dólares e 765.800 euros em propina por meio da diretoria de Serviços e Engenharia da Petrobras apenas nas quatro obras da Petrobras citadas no processo.
Para Sérgio Moro, "o custo da propina foi repassado à Petrobras através da cobrança de preço superior à estimativa, aliás propiciado pela corrupção, com o que a estatal ainda arcou com o prejuízo no valor equivalente".
E essas coisinhas simples assim, aconteciam o tempo todo embaixo dos narizes de Lula, que até presidente do Brasil ele era, mais do que presidente de honra do PT e de Dilma Vana, então ministra lulática, presidente do Conselho de Administração da Petrobrás e hoje fortuita president@ do Brasil.
Verdade é que quando se é muito esperto, ou muito pateta, o nariz é um dos piores inimigos para quem não se importa com o cheiro da podridão, ou tem narizes que não enxergam mesmo, já que nariz não foi feito para ver; os olhos é que têm essa função.
Mas, quando o olho é grosso, tanto mais engrossa o caldo.