O medo

TENHA MEDO DO QUE O GOVERNO PODE FAZER COM VOCÊ. NO BRASIL GOVERNAR É SATISFAZER NECESSIDADES FISIOLÓGICAS.

9 de set. de 2015

ORA BOLAS!

BRASIL 4 x 0 EUA

A Seleção do Dunga, usou ontem o heroico Hulk para começar a bater no time do Capitão América. E, antes de dez minutos, o Hulk atochou um gol até que bem bonitinho. Garantiu com isso a sua participação no próximo episódio, a eletrizante fase classificatória para a Copa do Mundo na Rússia.

E o amistoso correu lento e desinteressante na tela da TV, tanto é que acordei aos 45 minutos exatos da primeira etapa e tudo continuava 1 a 0 quando a turma foi para os vestiários.À medida que o futebol evolui, minha capacidade de sonhar aumenta.

Das emoções do primeiro tempo, isso é tudo que se tem para contar. Acho que é por isso que dormi a sono solto. Sabe aquela ânsia de comer alguma coisa que as emoções diante da TV nos provocam? Pois, não senti nenhuma. No intervalo não comi nem bebi nada; nem pipoca nem guaraná.

Eba! Neymar entrou no time. Já fiquei mais d/esperto. E antes mesmo do primeiro minuto passar, já saiu um lancezinho de calcanhar. Epa! Neymar já provocou um pênalti. Neymar bateu. Gol de Neymar. Neymar 2 x 0 EUA.

Pronto, já deu pra ver que, com Neymar, o jogo é outro. Como ele está suspenso nos dois primeiros jogos das eliminatórias, está na cara que a Seleção só vai começar a ganhar a partir do terceiro compromisso oficial que nos permitirá ir e voltar from Russian with love.

É que, desculpem meu despertar do sonho, Neymar é o time inteiro. Sem ele, a seleção parece estar gripada, é a baior berda; dão joga dada.

Aos 20 minutos, pronto, gol de Rafinha. Depois de um corta-luz artístico de Neymar. De repente, tá 3 x 0 e Dunga já não sabe o que vai fazer sem o garoto-prodígio nos dois primeiros jogos das eliminatórias.

Dois minutinhos depois, só para variar, gol de Neymar - depois de um corta-luz de Firmino, aquele que aprende rápido e rasteiro. Antes de mandar mansa e obedientemente a bola para o fundo das redes, Neymar driblou dois zagueiros e embasbacou mais três americanos e assinou 4 x 0 no placar.

Afora aquelas tatuagens inúteis e repulsivas, Neymar é mesmo um dos melhores jogadores de futebol do mundo. Está quase chegando ao nível daquele Neymar dos "meninos da Vila Famosa" dos tempos em que Leão pensou que era técnico e descobriu Ganso, André, Diego, Robinho...

Aos 45 minutos cravadinhos, William, apelido de Buck Rogers, alter ego do Capitão América desferiu um balaço no goleiro do Dunga: 4 x 1 só por reverência aos grandes irmãos do Norte.

Fim de meio grande espetáculo em Boston. Sinto a obrigação de informar: o futebol brasileiro não é mais um esporte coletivo. É uma modalidade singular chamada Neymar.

RODAPÉ - Pra mim, a Seleção brasileira de futebol sem Neymar é como a Esplanada dos Ministérios sem o boneco Luleko Pixuleko.