O medo

TENHA MEDO DO QUE O GOVERNO PODE FAZER COM VOCÊ. NO BRASIL GOVERNAR É SATISFAZER NECESSIDADES FISIOLÓGICAS.

8 de ago. de 2015

Porque hoje é sábado / há um grande espírito de porco
Porque hoje é sábado / há um garden-party na cadeia
E uma impassível lua cheia...

O SAQUE MAIS RÁPIDO
DO FAROESTE CABOCLO

Até há alguns poucos dias, eu achava que a Operação Lava Jato não precisava ter pressa nenhuma para chegar ao chefão da máfia que é o Estado no Brasil da Silva. Cedo ou tarde ele cairia nas malhas da lei e da ordem.

Hoje, com a inscrição de Renato Duque, Fernando Baiano e a tida como provável participação de Zé Dirceu nesse verdadeiro vestibular para a carreira de delator premiado, já acho que a força-tarefa da Operação Lava Jato vai ter que botar sebo nas canelas.

Esses três são mais que uma trinca, são um verdadeiro triunvirato, tamanho o cabedal de conhecimento sobre essa lenda urbana que propala e garante que esse é um governo que não rouba e não deixa roubar.

Qualquer um deles que faça o acordo primeiro elimina os outros dois. A necessidade da pressa, no entanto, não é por uma questão de preferência por esse ou aquele digno delator, afinal, a qualificação para delação arrasadora é parelha entre os três.

O agito é porque tanto Dirceu, o mais saliente, quanto Duque ou Baiano, sabem o bastante para complicar a história do PT, do seu presidente de honra, sua base aliada e o governo.

Eis então aí, o motivo da pressa da Justiça: o seu jato tem respingar logo nas costas daquele sobre o qual já não resta a menor dúvida, antes que a tinta da caneta de dona Dilma Sapiens borrifique uma edição extra do Diário Oficial com a nomeação do cara para ministro disso, ou daquilo.

Tanto faz que a pasta concedida seja das Relações Exteriores para quem não sabe falar nem português que dirá inglês, ou que lhe seja destinado o Ministério da Defesa, lugar bom para fazer negócios de aviões e submarinos.

Não há mais lugar para ser paciencioso; já morreu na casca aquela história de que a Justiça tarda, mas não falha; agora tem que ser na base do vai ou racha. Do contrário, malgrado a velha venda nos olhos, a Justiça amargará o desprazer de ver o chefe de todos os chefes blindado pelo direito soberano de julgamento em foro privilegiado.

Isso quer dizer que o,  digamos, suposto mentor e avalista de toda a trama e toda lama, vai cair no colo dos supremos julgadores da requintada e aparelhadíssima Corte de Lewandowski.

Agora, para que a Lava Jato seja coroada de êxito, só a pressa será amiga da perfeição. Resta saber quem saca mais rápido a caneta nesse faroeste caboclo.