ANTES TARDE DO QUE NUNCA
A comissão especial vota hoje, por 16 x 5, o parecer do impeachment da Dilma. Na quarta-feira, ela vai ser mandada pra casa mais cedo, no plenário do Senado. Fica no purgatório por 180 dias até que os brasileiros possam copiar a frase mais genial de Dilma durante todo esse tempo de poder mal e porcamente exercido: "Antes tarde do que nunca!".
FALANDO SÉRIO, OU:
O PREÇO DA CANETA
Como diria o Jack Estripador: vamos por partes. Dia 25 de abril, o advogado-geral da Dilma, Zé Eduardo Cardozo, requereu à comissão especial do Senado que os autos do processo voltem à Câmara e que seja declarada a nulidade da votação.
Outra parte: ontem o Teori botou em prática o afastamento de Cunha do seu mandato e da presidência da Câmara. Mais um naco: o Cardozão já saltou de banda e traduziu para os ignaros integrantes da comissão de impeachment que "a decisão do Supremo de afastar Eduardo Cunha mostra clarissimamente que ele agia em desvio de poder".
Mais um pedaço: saiu Cunha, entrou o sujinho na Lava Jato, Waldir Maranhão que, no plenário da Câmara votou contra o impeachment. Outra parte: há quem acredite que "com uma canetada" Maranhão pode mandar o impeachment para as cucuias.
Diante desse quadro, sabendo-se o grau de dignidade que predomina no Parlamento brasileiro e sabendo-se ainda com quem está a chave do cofre, podemos nos dar o direito de perguntar: quanto vale hoje uma caneta no mercado da República do Petrolão?!?
Pois é assim que funciona uma democracia de gabinete; volta e meia o país está na ponta de uma caneta e cabe inteirinho dentro de uma gaveta.