INSANIDADE:
“SAÚDE
À BEIRA DA PERFEIÇÃO”
O
Mal de Lula hoje poderia ser a volta do câncer na laringe, ou a depressão – dele,
ou do país do qual se apropriou indevidamente, mas o Mal de Lula é e sempre foi a
hipocrisia; é o vício de dizer uma coisa que é outra absoluta e profundamente
inversa.
Lula,
um certo calorento dia, inaugurando uma UPA lá pelo Nordeste, debochou dos brasileiros e
ironizou: “vendo essa beleza dá até vontade da gente ficar doente”. Era
premonição e ele não sabia.
Mas
ele não se deu por satisfeito e, quando chegou no seu bunker presidencial no
coração de São Paulo, comandado pela então segunda-dama Rosemary Noronha, falou
com a imprensa antes de ir para Brasília fingir que governava. E se esbaldou: “A
saúde pública no Brasil está à beira da perfeição”.
Lulalá
naqueles tempos idos foi o Lula de sempre, inoculado pelo Vírus do Avesso que anima e
espalha a Síndrome do Vice-Versa: mentia compulsoriamente como se verdade
fosse. Agora se sabe que Lula já padecia do Mal de Lula. Mentia para ele mesmo.
Vejam
só como anda a saúde pública nesse país, desde que Lula descobriu o Brasil da Silva:
ATRÁS
DOS MAIS POBRES AFRICANOS
Em 2000, a Organização Mundial da Saúde fez um dos mais completos estudos sobre os
sistemas de saúde ao redor do mundo e estabeleceu um ranking entre eles. Dos
191 participantes, o Brasil ficou na notável 125ª posição, atrás de diversos países
pobres da África e da Ásia.
PENÚLTIMO LUGAR
Estudo realizado no ano passado pela Bloomberg com 51
países revelou o Brasil na penúltima posição, atrás da Argélia. No ranking, liderado por Singapura e Hong Kong ganhamos
somente da Rússia, honrada última colocada. Ah, então estamos bem; se a Rússia está nessa penúria, por que nós não podemos estar?!? Já, nos estudos realizados na América do Sul, quem melhor pontuou foi
o Chile - que apareceu na 17ª posição na fila, à frente da Suécia,
Finlândia e do Canadá.
NA
GASTANÇA MELHORA
Malgrado
o péssimo desempenho do nosso sistema de saúde, estamos na 51ª posição entre 188 países quando
se trata de falar da gastança
per capita com saúde. Nesse quesito ficamos ao
lado da Croácia, da Estônia e da Polônia, todos países europeus com IDH altíssimo – e com uma saúde de ferro, muito, mas muito melhor que a nossa. Em proporção ao PIB, o Brasil desponta na 26ª posição, nos calcanhares de
Portugal, Grécia, Suécia e Nova Zelândia.
SEM META, DOBRA A META
Apenas
um estado e o Distrito Federal cumprem a meta de médicos per capita
estabelecida pelo governo. Junto com o Rio de Janeiro (3,44) a capital federal
é a única unidade federativa que cumpre a meta de 2,5 médicos para cada mil
habitantes, proposta pelo próprio Ministério da Saúde. O resto é o resto e nem
sequer encosta nessa média.
ACADEMIAS
SUCATEADAS
Nossas
faculdades de medicina estão sucateadas. Nem é bom perder tempo dizendo o que
falta. Falem com os respectivos responsáveis e vocês saberão o que arregala as
pupilas dos senhores reitores.
ATENDIMENTO PORCÁRIO
Nada
menos do que 20% das mortes por infarto no país poderiam ter sido evitadas. Por
falta de atendimento 60% dos quase pacientes que sofrem ataque cardíaco não são
atendidos. Mais de 20% deles morrem antes de alcançarem a condição sobre-humana
de paciente e de chegarem aos hospitais. Se estou escrevendo este texto agora é por que fui um dos que escapei são e salvo. Até por que, nunca tive infarto. Fiz uma mamária "preventiva" há 30 anos. E foi na Santa Casa de Misericórdia de Pelotas - a minha pátria pequena que deixei no Sul. À benção,meu prezado doutor Odilson.
PREÇO
BOM, BONITO E BARATO
O brasileiro paga
mais impostos em remédios
para consumo humano do que o quanto chega a pagar em tributos para a medicina veterinária. Não faz muito, Dilma baixou Medida Provisória permitindo um aumento no imposto sobre produtos
importados. O reajuste elevou também as alíquotas para medicamentos lá de fora,
que estavam isentos desde 2008. Como o Brasil da Silva importa 86% da
matéria-prima para a fabricação de medicamentos, a saúde ficou e está pela hora da
morte.
EQUIPAMENTO
No
Brasil, você provavelmente nunca terá a sorte de submeter-se a um exame num
equipamento de tomografia de última geração. Isso porque a Anvisa não aceita a
importação de equipamentos que ela mesma não tenha passado o jamegão no certificado. Não interessa quantas
certificações o aparelho tenha no exterior: para entrar no Brasil da Silva, ele sempre
precisará do aval da Anvisa. Mas a agência, como qualquer outra do governo
é ineficiente e preguiçosa no que se mete a fazer. Em média, um equipamento médico precisa
esperar até 7 anos para receber o passe-livre dos geniozinhos da
Anvisa. Até lá, morreu o Neves.
DESEMPENHO
PÍFIO
Há quatro anos, mais precisamente em 2012, atrevido como ele só, o
Ministério da Saúde lançou o Índice de Desempenho do Sistema Único de Saúde, o
IDSUS, que atribuía uma nota de zero a 10 para o desempenho do SUS nos
municípios brasileiros. O
resultado – surpresa! - ficou muito abaixo do ideal. Na média, o Brasil fez 5,4 pontos. O governo tinha como meta preliminar atingir um resultado em
torno dos 7 pontos, mas o Ministério entregou os pontos e acabou desistindo da
meta.
Se você quer saber, apenas
1,9% da população brasileira vive em alguma cidade com nota superior a 7
pontos, número menor que os conglomerados de brasileiros que vivem em cidades com desempenho
péssimo, menos de 3,8 pontos.
RESUMO
DA ÓPERA BUFA
O nosso sistema de saúde é tão ruim que ele se colocou à prova –
realizada pelo próprio sistema – e o mesmo SUS se reprovou. E agora, mal começamos
a nos livrar da submissão à saúde pública “quase perfeita” de Lula e Dilma, e
já nos aparece o novo ministro da Saúde do Michel Miguel dizendo que o nosso mal é o mosquito.