O medo

TENHA MEDO DO QUE O GOVERNO PODE FAZER COM VOCÊ. NO BRASIL GOVERNAR É SATISFAZER NECESSIDADES FISIOLÓGICAS.

18 de mai. de 2016

INSANIDADE:
“SAÚDE À BEIRA DA PERFEIÇÃO”

O Mal de Lula hoje poderia ser a volta do câncer na laringe, ou a depressão – dele, ou do país do qual se apropriou indevidamente, mas o Mal de Lula é e sempre foi a hipocrisia; é o vício de dizer uma coisa que é outra absoluta e profundamente inversa.

Lula, um certo calorento dia, inaugurando uma UPA lá pelo Nordeste, debochou dos brasileiros e ironizou: “vendo essa beleza dá até vontade da gente ficar doente”. Era premonição e ele não sabia.

Mas ele não se deu por satisfeito e, quando chegou no seu bunker presidencial no coração de São Paulo, comandado pela então segunda-dama Rosemary Noronha, falou com a imprensa antes de ir para Brasília fingir que governava. E se esbaldou: “A saúde pública no Brasil está à beira da perfeição”.

Lulalá naqueles tempos idos foi o Lula de sempre, inoculado pelo Vírus do Avesso que anima e espalha a Síndrome do Vice-Versa: mentia compulsoriamente como se verdade fosse. Agora se sabe que Lula já padecia do Mal de Lula. Mentia para ele mesmo.

Vejam só como anda a saúde pública nesse país, desde que Lula descobriu o Brasil da Silva:

ATRÁS DOS MAIS POBRES AFRICANOS

Em 2000, a Organização Mundial da Saúde fez um dos mais completos estudos sobre os sistemas de saúde ao redor do mundo e estabeleceu um ranking entre eles. Dos 191 participantes, o Brasil ficou na notável 125ª posição, atrás de diversos países pobres da África e da Ásia.

PENÚLTIMO LUGAR

Estudo realizado no ano passado pela Bloomberg com 51 países revelou o Brasil na penúltima posição, atrás da Argélia. No ranking, liderado por Singapura e Hong Kong ganhamos somente da Rússia, honrada última colocada. Ah, então estamos bem; se a Rússia está nessa penúria, por que nós não podemos estar?!?  Já, nos estudos realizados na América do Sul, quem melhor pontuou foi o Chile - que apareceu na 17ª posição na fila, à frente da Suécia, Finlândia e do Canadá.

NA GASTANÇA MELHORA

Malgrado o péssimo desempenho do nosso sistema de saúde, estamos na 51ª posição entre 188 países quando se trata de falar da gastança per capita com saúde. Nesse quesito ficamos ao lado da Croácia, da Estônia e da Polônia, todos países europeus com IDH altíssimo – e com uma saúde de ferro, muito, mas muito melhor que a nossa. Em proporção ao PIB, o Brasil desponta na 26ª posição, nos calcanhares de Portugal, Grécia, Suécia e Nova Zelândia.

SEM META, DOBRA A META
Apenas um estado e o Distrito Federal cumprem a meta de médicos per capita estabelecida pelo governo. Junto com o Rio de Janeiro (3,44) a capital federal é a única unidade federativa que cumpre a meta de 2,5 médicos para cada mil habitantes, proposta pelo próprio Ministério da Saúde. O resto é o resto e nem sequer encosta nessa média.

ACADEMIAS SUCATEADAS

Nossas faculdades de medicina estão sucateadas. Nem é bom perder tempo dizendo o que falta. Falem com os respectivos responsáveis e vocês saberão o que arregala as pupilas dos senhores reitores.

ATENDIMENTO PORCÁRIO

Nada menos do que 20% das mortes por infarto no país poderiam ter sido evitadas. Por falta de atendimento 60% dos quase pacientes que sofrem ataque cardíaco não são atendidos. Mais de 20% deles morrem antes de alcançarem a condição sobre-humana de paciente e de chegarem  aos hospitais. Se estou escrevendo este texto agora é por que fui um dos que escapei são e salvo. Até por que, nunca tive infarto. Fiz uma mamária "preventiva" há 30 anos. E foi na Santa Casa de Misericórdia de Pelotas - a minha pátria pequena que deixei no Sul. À benção,meu prezado doutor Odilson.

PREÇO BOM, BONITO E BARATO

O brasileiro paga mais impostos em remédios para consumo humano do que o quanto chega a pagar em tributos para a medicina veterináriaNão faz muito, Dilma baixou Medida Provisória permitindo um aumento no imposto sobre produtos importados. O reajuste elevou também as alíquotas para medicamentos lá de fora, que estavam isentos desde 2008. Como o Brasil da Silva importa 86% da matéria-prima para a fabricação de medicamentos, a saúde ficou e está pela hora da morte.

EQUIPAMENTO

No Brasil, você provavelmente nunca terá a sorte de submeter-se a um exame num equipamento de tomografia de última geração. Isso porque a Anvisa não aceita a importação de equipamentos que ela mesma não tenha passado o jamegão no certificado. Não interessa quantas certificações o aparelho tenha no exterior: para entrar no Brasil da Silva, ele sempre precisará do aval da Anvisa. Mas a agência, como qualquer outra do governo é ineficiente e preguiçosa no que se mete a fazer. Em média, um equipamento médico precisa esperar até 7 anos para receber o passe-livre dos geniozinhos da Anvisa. Até lá, morreu o Neves.

DESEMPENHO PÍFIO

Há quatro anos, mais precisamente em 2012, atrevido como ele só, o Ministério da Saúde lançou o Índice de Desempenho do Sistema Único de Saúde, o IDSUS, que atribuía uma nota de zero a 10 para o desempenho do SUS nos municípios brasileiros. O resultado – surpresa! - ficou muito abaixo do ideal. Na média, o Brasil fez 5,4 pontos. O governo tinha como meta preliminar atingir um resultado em torno dos 7 pontos, mas o Ministério entregou os pontos e acabou desistindo da meta.

Se você quer saber, apenas 1,9% da população brasileira vive em alguma cidade com nota superior a 7 pontos, número menor que os conglomerados de brasileiros que vivem em cidades com desempenho péssimo, menos de 3,8 pontos.

RESUMO DA ÓPERA BUFA


O nosso sistema de saúde é tão ruim que ele se colocou à prova – realizada pelo próprio sistema – e o mesmo SUS se reprovou. E agora, mal começamos a nos livrar da submissão à saúde pública “quase perfeita” de Lula e Dilma, e já nos aparece o novo ministro da Saúde do Michel Miguel dizendo que o nosso mal é o mosquito.