L'ETAT ILS SONT
Nesse regime de máfias que vigora no governo brasileiro há mais de oito anos, o ficha-suja mais vulnerável, mas não menos culpado, é o parlamentar. A cada eleição ele pode levar o troco. Já os fichas-sujas do Executivo são escolhidos a dedo e seu prazo de validade só é vencido por vontade de quem os escolhe. No Judiciário, além de escolha, há concursos validando suas fichas. Donos das vontades dos donos, donos da lei e da ordem que eles próprios impõem, adonaram-se do Estado e reinam impolutos. L'état ils sont.
GLEISI GOSTOU
Gleisi Hoffmann gostou das explicações de Orlando Tapioca. É como se estivesse ouvindo a si mesma. Gleisi é aquela que ingenuamente recebeu mais de R$ 40 mil de indenização de Furnas quando deixou o emprego que ganhara de mão-beijada para ser candidata.
CARA E CORAGEM
Quem tem cara e coragem para fazer o que faz, não tem medo de mostrar a cara de quem não faz o que mais sabe fazer.
ROMA ANTIGA
Depoimento de ministro suspeito no Congresso não vale nada. Não só pelo depoente, como pela própria Casa de tolerância. Se Palocci, Nascimento, Rossi, Novais tivessem se explicado numa delegacia de polícia, hoje estariam vendo o sol nascer quadrado. Quer dizer, estariam se isso aqui fosse um pouquinho melhor que a "Roma Antiga".
EU, FORA!
Todo melecado com as cacacas do Ministério que um dia foi seu e que agora é como se fosse um parque de diversões de Orlando, Agnelo Queiroz nega qualquer envolvimento na festança esportiva. É peremptório: - "Não tenho nada com isso!". Ah bom. Então tá.
O ÔNUS DA PROVA
Com ar circunspecto e de quem seria capaz de dar tilte num detector de mentiras, o divertido Orlando não desmentiu nada sobre o programa Segundo Tempo. Disse apenas, com, plena convicção, que "não há, nem haverá nenhuma prova do que foi dito por esse caluniador. A quem acusa cabe o ônus da prova". Pronto, Orlando é inocente. E não se fala mais nisso. Mas só para fazer coro com a primeira-presidenta, a gente quer saber: - Cadê as provas, cadê?