O texto do projeto de lei não agradou a entidade que organiza o Mundial.
E, para não dizer o pior, a coisa ficou assim: ou fazemos o que a Fifa quer, ou a Fifa tira o Mundial do Brasil que não cumpriu até agora nada do que prometeu há quatro anos lá mesmo em Bruxelas, num carnaval de euforia com direito a choro e boas doses de uísque.
A coisa ficou feia. No encontro desta segunda-feira entre dirigentes da Fifa (Federação Internacional de Futebol) e o governo Dilma, o Brasil acabou se dobrando e prometendo revisão na Lei Geral da Copa.
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Joseph Blatter apresentou Dilma para a pandilha da Fifa e deixou que ela se reunisse com o seu secretário-geral,
Jérôme Valcker.
O projeto de lei enviado ao congresso há duas semanas desagradou a entidade máxima do futebol. Na realidade, o projeto que os brasileiros levaram quatro anos para esboçar acaba de pagar um mico internacional. E a primeira-presidenta Dilma teve que ouvir tudo calada, numa boa, como todo mundo que não é bem do seu feitio.
O desencontro geral tem três pontos principais: proteção de marcas, direito de transmissão e venda de ingressos.
Ao término de mais esse fiasco, o ministro do esporte, Orlando Silva, prometeu que o texto da Lei Geral da Copa será revisado. E tentando amenizar o clima deu uma tiriricada discursando para a mídia que “nosso governo e a Fifa estão no mesmo barco: queremos que o Mundial dê certo”.
E arrematou pra fora: “Faremos o que for preciso para manter um ambiente harmônico. Vamos aperfeiçoar a redação e deixá-la mais clara”.
Bolas, a essa altura do campeonato ter que dizer que estamos no mesmo barco é um atraso e um péssimo sinal, já que essa canoa furada vem singrando os mares da Copa há quatro velhos anos.
E tem mais uma coisinha: quando o ambiente é bom e goza de harmonia, ninguém precisa fazer nada nem fazer esforço para "mantê-lo harmônico". Quanto a "aperfeiçoar a redação para deixá-la mais clara", bem isso aí já é uma batmissão para o Super Hadad, aquele que ensina errado, resolver de uma vez por todas.
O secretário-geral da Fifa, Jérôme Valcke vem ao Brasil para uma nova rodada de reuniões no próximo dia 12. O desencontro será em Brasília. Ele já sinalizou com um sorriso amarelo: “Se estivermos juntos, os dois - a Fifa e o Brasil - ganham”.
Tradução: se ambos estivessem juntos, ele não teria que dizer isso e nem o governo Dilma precisaria levar um vergonhoso e humilhante puxão de orelhas como esse.
Sabe o que é mesmo que está acontecendo? É que Copa do Mundo é para quem, muito mais do que apenas fazer saber, sabe de fato fazer. Copa do Mundo é tarefa para sair do papel, não é qualquer coisa assim como o PAC, a Minha Casa, Minha Vida, as obras do Dnit, ou a transposição do São Francisco.
Bem feito para Dilma que mantém Orlando Tapioca no Esporte e ainda agradece ao governo Lula por mais essa "herança bendita". Deve ter sido duro para a faxineira Dilma sair daqui ir até Bruxelas para levar uma espanada dessas. Mas, agora vai.