Mano foi a campo contra o México jurando que não quis desprestigiar o Brasileirão. Não se tocou ainda que a sua trajetória na CBF é que faz o torcedor brasileiro gostar mais do campeonato doméstico do que ver uma seleção jogando por rapadura.
Bonito de ver o futebol de Mano em Campo. Aquelas cabeleiras esvoaçantes do zagueiro David Luiz, do lateral porralouca Marcelo e da revelação do ano, Ronaldinho Gaúcho, fazem em campo uma coreografia linda de se ver.
A melena de Ronaldinho Gaúcho estilo mandarim de filme de ninja até que se justifica: é uma artimanha para desviar a atenção do seu sorriso e confundir os adversários.
Ronaldinho, por sinal, bate tudo na seleção de Mano. Corner, lateral, falta perto, falta longe da área... No intervalo reclamou para Mano que no próximo amistoso vai bater tiro de meta também.
E então, o México foi logo mostrando o seu jeito Lula de jogar, valendo-se da "estratégia de coalizão": seu gol foi feito pelo zagueiro aliado David Luiz que, não é por nada, joga em Portugal.
Lá pelos confins do primeiro tempo o juiz deu pênalti. Deu, não. Foi pênalti. O juiz nunca esteve tão certo, ainda mais que fez um enorme favor ao time de Mano: tirou Daniel Alves de campo. Já o atacante mexicano que desperdiçou a cobrança prejudicou visivelmente o Brasil: não "matou" o jogo e deu fôlego a Mano Menezes.
Para quem assistiu ao jogo em casa, uma coisa ficou mais do que evidente. Melhor é ver jogo contra o Paraguai. Os seios das torcedoras mexicanas nem se comparam com os peitões daquela Riquelme que usa celulares no meio deles.
Hulk disse que não jogou melhor porque se sente mais à vontade quando está de camisa verde. Em todo caso, como estava jogando direitinho no segundo tempo, Mano resolveu substituí-lo.
A troca de Hulk por Jonas foi a decisão mais acertada do ponto de vista técnico e tático: felizmente, Jonas não tocou na bola.
É comovente ver os olhares cheios de esperteza de Ronaldinho Gaúcho antes das cobranças de qualquer bola parada. Dá a impressão de que está tudo combinado que ficou tudo por combinar.
Aí, quando tudo parecia dar certo para o futebol brasileiro que perdia de 1x0, eis que aos 34' do segundo tempo, esse mesmo garoto, Ronaldinho Gaúcho usou o seu olhar n° 5 e fez um golaço.
Quatro minutinhos depois, deu a louca no tal de Marcelo que só não entrou com bola e tudo porque teve humildade e... Gol! Pronto, fez 2x1 e condenou a torcida brasileira a conviver com Mano Menezes como técnico por mais uma boa jornada mundo afora e futebol adentro.
Mano, uma vez mais, foi ele mesmo numa coletiva quando não usa gravata: mostrou-se impassível e superior. Reclamou do resultado do amistoso com cara de quem tinha vencido uma final de Copa do Mundo. Para ele o placar moral foi 3x1. Aquele pênalti que Jefferson se adiantou para defender foi como se o Brasil tivesse marcado um gol.
Está aí então, a inovação que o futebol brasileiro tanto esperava, desde que Nilton Santos fez aquele overlaping contra a Áustria, há mais de 50 anos... Agora é definitivo: daqui pra frente, Mano Menezes só vai entrar em campo com 10 jogadores.