O medo

TENHA MEDO DO QUE O GOVERNO PODE FAZER COM VOCÊ. NO BRASIL GOVERNAR É SATISFAZER NECESSIDADES FISIOLÓGICAS.

24 de out. de 2011

SÍNDROME DA COALIZÃO, OU O MAL DE LULA

Nada pessoal, mas como ele continua governando no paralelo, mister se faz abrir o olho para a pior herança que Lula da Silva deixou não só para Dilma, mas para a nação brasileira: a famigerada e destrutiva "estratégia de coalizão pela governabilidade".

Trocando em miúdos, isso quer dizer "tática de arrebanhar aliados para manter o poder". No popular, "balcão de compra e venda pra gente se apropriar do país".

E arrebanhar e se apropriar assim, indebitamente, de qualquer jeito, a qualquer custo. Pegar dinheiro público e transformá-lo em ministérios, empresas estatais, consultorias, fundações, associações, uniões, institutos, centrais sindicais, terceirizações, cargos, salários, mordomias.

Esse mal se arrasta como cobra pelo chão; se espalha como uma epidemia sem cura que destrói o tecido social; que corrói o corpo e alma de um povo; que degenera a consciência coletiva e contamina o Estado brasileiro; que debilita os organismos de defesa da saúde cívica; que faz o a população perder os referenciais da vergonha, da moral e da ética.

Nunca antes na história desse país, o Brasil esteve tão à mercê de um surto de desmoralização de tal dimensão e força que leva o brasileiro achar natural comprar e vender amizades transformando o que deveria ser um amigo em um mero aliado político, um reles coalizado;

faz o brasileiro achar normal que um crachá do partido valha mais que um diploma universitário; induz a pensar que está tudo bem quando a propina nem precisa ser em moeda corrente mas venha disfarçada em empregos públicos, ou coisa parecida; melhor ainda quando, a cada escândalo, os malfeitores pedem provas para os seus "malfeitos", apelido de fraude, corrupção, furto e roubo descarados.

Como ele ainda está aí, no pleno gozo submerso de seu terceiro mandato nessa governança de Dilma Rousseff, cabe perfeitamente que, assim como Lula gosta de fazer à toda hora, a Ala de Doenças Degenerativas aqui do Sanatório da Notícia  use o futebol como metáfora. Então que assim seja.

Veja então que, assim como são escalados os técnicos de futebol das seleções brasileiras por um único e indivisível Ricardo Teixeira, são também escolhidos por um único e indivisível presidente da República os titulares de cada Ministério de Estado.

Os técnicos, por sua vez, unos e indivisíveis também, convocam aqueles que bem entendem, desde que logo ali sejam transformados em mercadorias de alto valor. Os ministros, de sua parte, tão unos e indivisíveis quanto os ungidos treinadores, escalam quem bem entendem para o jogo das secretarias, assessorias, consultorias, terceirizações.

Assim é que, para não ir mais longe, Mendes Ribeiro - consagrado ministro por Dilma em obediência ao governo paralelo - entende tanto de Agricultura Peculiaridades e Abastecimento, quanto Mano Menezes, o escolhido de Teixeira, entende de bola.

Gastão Viana, sabe tanto de Turismo, como Ney Franco conhece as artes e manhas do futebol Sub-20 do Selecionado brasileiro nesses Jogos Pan-Americanos, lá no México. Os resultados estão aí para quem quiser e gostar. Na Agricultura de Mendes Ribeiro, ou nas excursões da Seleção de Mano; no Turismo de Gastão, ou no Sub-20 de Ney Franco. Pura mediocridade, desfaçatada e estável.

Gastão e Ney, tanto quanto Mendes Ribeiro e Mano Menezes, não têm outra culpa do que senão deixarem-se vencer pelo vírus da "estratégia de coalizão pela governabilidade", tática perniciosa pela qual o que menos importa é a capacidade de saber fazer. Basta fazer saber.

E assim caminha o Brasil, combalido pela síndrome do mal que Lula deixou de "herança bendita" para Dilma que agora, debilitada pelo contágio, não tem forças para evitar a contaminação geral da nação. O Brasil padece do Mal de Lula, a "estratégia da coalizão pela governabilidade" que, pelo jeito, é de cura improvável. É que tanto os aliados, quanto os mais distantes opositores, sofrem do mesmo mal. Estão morrendo abraçados, incolulados pela peçonha da coalizão.