O medo

TENHA MEDO DO QUE O GOVERNO PODE FAZER COM VOCÊ. NO BRASIL GOVERNAR É SATISFAZER NECESSIDADES FISIOLÓGICAS.

4 de set. de 2015

JOGO DE TRUCO NA VIDA DE CÁRCERE
Como é mesmo que você escolhia os seus amigos?



Volte aos seus tempos de criança. Volte aos bancos escolares. Como é mesmo que você escolhia os seus amigos?

Eu pergunto e eu mesmo respondo; essa mania eu carrego comigo desde aqueles tempos de puxa-puxa e mandolate nos recreios pelo pátio do colégio, entre as aulas de matemática, história, geografia...

E respondo que o critério natural de seleção era com base na empatia que surgia até mesmo antes da confiança.

Mas, a amizade, a parceria, o companheirismo então chamado de coleguismo, se consolidavam pela confiança recíproca.

Era ali que você aprendia, desde logo, que amigo é amigo e companheiro é companheiro. No exercício da arte da escolha havia até aqueles que não se encaixavam em nenhuma das duas características; não serviam como companheiros e muito menos como amigos.

Esses, eram aqueles salientes, espirituosos, malandros que diante do primeiro sinal de traquinice tiravam o corpo fora e apontavam na sua direção, dizendo "não fui eu, foi ele!". Era desses que você fugia como o diabo foge da cruz; eram esses que se davam bem a custa dos outros.

O tempo passa, a vida corre, a fila anda e eles são sempre os mesmos. Não mudam. Se mudam é para pior. E há os que, como não conseguem ser nada na vida, se metem na política. E estragam a política.

Vejam só o que eles estão fazendo nesse Brasil e com esse Brasil. Olhem só o que essa gente fez com a democracia: transformou-a em veículo de passeio pelo mundo do poder e da ambição desmedida. A democracia é para eles, uma espécie de transporte alternativo, de alto luxo, tipo assim um aplicativo Uber nos celulares e aparelhos eletrônicos de todos os brasileiros.

Mas, eles não são amigos. Eles são... companheiros. E amigo é amigo; companheiro, todo mundo sabe, é... companheiro. Eles estão se devorando, uns aos outros, dedurando-se a mais não poder; tirando o corpo fora, apontando-se uns aos outros, sem a menor cerimônia.

Falta pouco agora para a Lava Jato passar esse país a limpo.

Hoje o coringa nesse jogo de cartas marcadas se chama Zé Dirceu. O seu castelo de cartas ruiu. E ele já sabe que está só. E sabe também que não vai cair sozinho.

Desde que foi flagrado com a boca na botija que a sua companheirada o deixou na mão. Desde então ele é um zero à esquerda para o seu notável PT, bólido que o projetou no mundo do crime; Zé Dirceu é um nada desse tamanho para Lula da Silva que, esquecido daquele telefonema hipócrita do "tamo junto nessa, companheiro", recomendou até a desfiliação do outrora galante guerrilheiro de festim do Partido dos Trabalhadores que ele, Lula da Silva preside com muita honra, muito orgulho e emoção.

Zé Dirceu agora, é carta carimbada. Seus velhos companheiros bons e batutas já sabem que, chegando aos 70 anos de idade, o arco do guerreiro já não se dobra e a flecha já não parte.

Tremem como vara verde porque Dirceu não vai mais blefar. Vai jogar todas as fichas num iminente acordo de delação premiada. Bolas, ele não tem a menor vocação para pagar o pato e embolorar na cadeia, enquanto a pandilha goza a vida e os capitais.

E de tal forma está pintado esse quadro, essa obra-prima dos especialistas em dar punhaladas nas costas; de tal maneira a obra está borrada que a quadrilha que infiltrou o crime organizado no Estado, sabe que ninguém mais do que Zé Dirceu pode arrebentar a banca.

Lula da Silva, mais do que ninguém, sabe que Zé Dirceu é o último cara com quem ele vai querer jogar carta para passar o tempo na vida de cárcere que se avizinha. Os dois vão ter sempre quatro ases na manga. A fila anda. Vida que segue.