LULA NÃO TEM NADA PARA NEGOCIAR
NESTA PÁSCOA... A NÃO SER QUE TENHA!
Está por aí a manchete para quem quiser saber: "Para frear o impeachment, Lula tenta negociar com deputados". E o sutiã da notícia diz ainda que o "objetivo de Lula é conversar com uma lista de deputados e pessoas-chave durante o feriado de Páscoa". Ah, bom.
E o corpo da notícia tem mais o quê nas entrelinhas? Que porcaria de produto tem Lula para oferecer a essa tal "lista" de deputados e pessoas-chave?
Se não é produto nenhum, se não vai tirar um coelho da cartola, então que diabo de lábia tem esse investigado pela Polícia Federal suspeito de falsidade ideológica, lavagem de dinheiro, propinagens e outros delitos continuados que possa encantar tantos nobres figurões dessa República?
MAIS QUE PAPO FURADO
Se é só pela conversa fiada que esses deputados e essas almas vivas tão honestas quanto Lula vão se deixar convencer, então que imundície de representantes do povo são esses vendilhões que chegam ao ponto de caírem na lorota de um líder cujo plano de poder está botando água pelo ladrão?
Se, no entanto, Lula tem mais do que papo furado para lhes oferecer; se Lula tem produto, mercadoria, bufunfa sei-lá o quê, além de cargos públicos, ministérios, salários e outras formas de moeda - então se essa turma da "lista" aceitar, a patota toda estará confessando que se trata de um pacote de propineiros e de venais que não nos representam.
Por umas e outras, conclui-se que Lula está mesmo é nos estertores do seu tempo de aproveitador-mor dessa democracia de gabinete, cheia de gaveteiros que ele mesmo ajudou a instalar como contraponto à ditadura militar que, no século passado, o deteve por 31 dias numa cela do Dops paulista, ao lado do gabinete do delegado Romeu Tuma, de quem então se tornou confidente bom e batuta.
O FIM DO RICO BURGUÊS
Lula está chegando ao fim dos seus tempos de bem-sucedido burguês. Está no limite derradeiro de uma fase de pouco trabalho, muito luxo e riqueza que começou quando ele saiu à cata de um dedo mindinho, e acabou encontrando a porta da diretoria do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, na época a alma viva do sindicalismo nacional.
E por aquela porta, ele entrou como se fosse um lobo a mais naquela temida matilha uivante que hoje se transformou numa pandilha de pelegos.
Não, não é que se deva ter dó ou piedade de um abjeto como Lula; o que não se pode evitar é o sentimento de lástima por saber que o sucesso de Lula em cima da frase pronta de que a esperança precisava vencer o medo foi justamente a trilha que o levou ao fracasso retumbante pela ganância de não ter medo de ser feliz.
Lula conseguiu ser feliz demais; muito mais feliz que os demais; feliz demais que os demais. Este é o caminho mais curto para se chegar ao país da tristeza e da infelicidade. É agora o rumo mais provável de Lula. Lulalá é amigo do rei. E o rei tem as costas largas.
Então o rei que se cuide para que, antes de levar uma providencial e indeslindável punhalada pelas costas, não tenha que trocar seu reino por um cavalo.