BRAHMA DESPERTA O
BARBA ISCARIOTES
Sabe aquilo que se deu com Marcos Valério no Mensalão? Pois é o que agora já está se dando com o Marcelo Odebrecht e sua patota de funcionários de alto rendimento extra-funcional: eles já não têm o que contar que a força-tarefa da Lava Jato não saiba.
Chegaram a anunciar ontem o desejo coletivo de fechar um acordo grupal de delação premiada. Uma verdadeira suruba de delatores.
Ontem mesmo, no entanto, o Ministério Público Federal negou que tenha sequer cogitado em trocar esse tipo de papo com a turma mais rebelde e embrulhada dessa República do Petrolão.
E para nenhuma surpresa dos homens de bem desse país, Lula já sacou de sua arma favorita e deu a primeira punhalada: "Se eu soubesse que a Odebrecht era tão corrupta não teria feito palestras para eles". É o velho companheiro Brahma despertando o temido Barba Iscariotes que existe dentro dele.
CRIME ÉTICO
No Brasil as malhas da lei estão cada vez mais enredadas. Os bandidos "de menor" roubam, estupram, assaltam, sequestram, matam e continuam "menores" perante a lei.
Passeiam pelas casas correcionais, saem de lá piores do que entraram e continuam imunes e impunes.
O mesmo se dá com os crimes de colarinho branco, os delitos que agora estou começando a chamar de "crime ético", depois de um bom papo com minha irmã mais velha(*), a Circe Maria - renascida e histórica cientista política por força de seu engajamento social e de seus diplomas e graduações em psicologia e filosofia pura.
O crime organizado, fantasiado de político, corrompe, rouba e deixa roubar e, como prêmio, ganha foro privilegiado. Passa pela barra dos tribunais aparelhados e volta imune e impune com o currículo revigorado.
O crime ético é aquele que roubando os cofres públicos, mata o país inteiro: suga o dinheiro dos investimentos em saúde, educação, transporte, segurança, serviços essenciais, previdência, emprego, estabilidade social, qualidade de vida...
O crime ético já deveria estar, há muito tempo, estabelecido no Código Penal com pena prevista de 6 a 30 anos de prisão para seus executores ou mandantes.
(*) - Irmã Mais Velha - Implicanciazinha tipo provocação doméstica que se dá entre irmãos que se gostam muito. Na verdade, eu sou o irmão mais velho do quarteto inventado por Juliné e Evalda há coisa de dois mil anos. Com a pressa do Gordo Renato se mandar dessa vida loka, a professora Clarisse agora é a caçula e a Circe Maria faz mais um ou dois aniversários por ano sempre à frente dela. Daí, Circe Maria ser para mim a "mais velha". Ela sempre me contesta. Mas fica a controvérsia.