O medo

TENHA MEDO DO QUE O GOVERNO PODE FAZER COM VOCÊ. NO BRASIL GOVERNAR É SATISFAZER NECESSIDADES FISIOLÓGICAS.

25 de jun. de 2012

AÍ MORA O PERIGO
Agora que a CPI estava tomando o rumo que a governalha - banda dos que querem ser governo para sempre - queria, vem o Supremo e concede o direito ao silêncio dos nove convocados que poderiam complicar Cachoeira, Demósfones e Perillo.

A comissão, de pronto, numa decisão-relâmpago, como está na moda, suspendeu a visitinhata dos depoentes. Quer dizer, se a coisa não anda como eles querem, votam democraticamente pela imposição da sua própria e particular democracia.

Resta agora a expectativa sobre qual será a atitude da CPI, no dia 24 de julho, data para ouvir de novo Carlinhos Cachoeira. Dessa vez, Cachoeira ao contrário do que fez antes, vai dizer tudo que sabe. É aí que mora o perigo.

SAUDADE DO FUTURO
Esse embargo ao Paraguai é coisa que dá e passa. Já nasceu com saudade do futuro. Vai durar até que se realize uma nova eleição presidencial por lá. Uma coisa é certa: Lugo já dançou e, se tentar voltar, baila na curva.

DESFOLHANDO
Para desagradável surpresa de seus leitores, a Folha de S. Paulo resolveu adotar a partir desta semana uma cobrança na sua versão de internet com inspiração na experiência do jornal The New York Times.

A alegação é que “jornalismo de qualidade custa caro” e de que esta é a tendência internacional. A primeira parte é falta de água benta; a segunda, é verdadeira. Mas não é bem assim. É mais pra lá.

Acontece que o New York Times - muso inspirador da Folha - está se debatendo com os resultados que não chegam nem aos pés do que o jornal esperava. Tanto é que o principal acionista do The New York Times, Arthur Sulzberg Jr., está à procura de um novo presidente para o grupo e saiu à cata de nomes no mundo da tecnologia. Quer alguém capaz de alavancar as receitas com a publicidade online.

Que o jornal impresso vai acabar, não há dúvida nenhuma. Isso vai, infelizmente, acontecer com os livros. Vamos todos, demora um pouco ainda, esquecer o cheiro lúdico e aconhegante do papel, nas coisas que se escreve e lê por este mundo afora.

Mas é bom ter calma com o andor, que o santo é de barro. A coisa não é pra já. Essa coisa de ter o olho maior que a barriga, pode dar desarranjo geral. Quem se apressa come cru e quente. O jornal Folha de São Paulo que o diga. Ou que insista, se for capaz.