Brasil, Argh!entina e Uruguai (BAU) anunciaram em retaliação-relâmpago a retirada do Paraguai do bloco de amigos bons e batutas e do encontro do Merdosul que começa hoje em Mendonza, terra de vinho melhor que muita coisa nos Pampas.
A medida rápida e rasteira foi tomada, no pleno gozo de um domingo, por causa do impeachment de Fernando Lugo. A ágil declaração de corte ameaça ainda que novas medidas democráticas serão consideradas.
Enfim, a Unasul mostra a sua cara: um núcleo de dominação social, de contornos sul-continentais. Um jeito social-democrata-contemporâneo latino-americano de garantir a governabilidade dos aboletados no poder, abominando impeachments e execrando votações de parlamentos em que os governantes, proprietários do poder não tenham maioria na Câmara e no Senado.
O BAU - sigla da irmandade Brasil, Argh!entina e Uruguai, dá assim prosseguimento ao embargo-relâmpago de inspiração Baía dos Porcos, adotado pelo bagunceiro Hugo Chávez, demolidor do distraído Congresso Nacional da Venezuela, que suspendeu imediatamente o envio de petróleo ao Paraguai.
De Chávez, sendo sempre para menos, já se esperava isso e até muito mais.
Do BAU, a novidade é que os democráticos integrantes do trio da arca da velha não se deram conta de que, ao tomarem a decisão em conjunto, acham que ela tem validade porque os seus três lépidos votos - e o voto do sujeito oculto pró-tempore da Unasul, Fernando Lugo - lhe deram maioria e legitimidade para aplicar o impeachment-relâmpago no Paraguai.
Para o BAU - Brasil, Argh!entina e Uruguai, os 39 votos contra 6 dos parlamentares paraguaios que destronaram o bispo-papão foi golpe. Uma simples amostragem do que é a democracia do Cone Sul do mundo.