Não é raro que os bombeiros para debelar as chamas destruam portas, cadeiras, arquivos e o que se lhes apareça pela frente na ânsia e dedicação para cumprir sua ardente tarefa. A missão é apagar o incêndio. Se tiverem que desprender e arrebentar com o resto, azar do Waldemar.
Também não é raro que alguém vá tratar-se com um especialista em estômago e a cura lhe provoque efeitos colaterais no fígado ou nos intestinos.
Pode ser que alguém se submeta a um tratamento de alta qualificação para detonar um tumor na laringe e tudo dê certo da garganta pra baixo. É comum até que a cura suba para a cabeça e aqueça demais o miolos da im/paciente criatura.
Não há nada de metastático nisso, trata-se apenas de efeito colateral. As pingoladas de remédio sobem e batem de frente com o cerebelo, por mais feio que isso possa parecer. Nesse caso, a parte abstrata que habita a cabeça vira coisa concreta. O sonho, por exemplo, de ser um semideus fica duro como pedra.
É quando o cara sai, à la Ahmadinejad, dando pedrada por aí afora. Desse ponto em diante, o cara só pensa bobagem, só diz bobagem, só faz bobagem.
