Não fiquem pensando que Erundina é menos lelé que Lula. Esquecida do chute no traseiro voltou para o palanque do PT. Vingativa como Lulalelé da Cuca, rebelou-se contra seu inimigo fidagal e, sem qualquer fidalguia, mandou solenemente o cargo de vice para as cucuias. A sua maneira, é claro; com aquele jeito PT de ser que nunca perdeu, mormente quando obedece às ordens do lulático semideus e levanta os fundilhos da cadeira.
Não houve nada de nobre nem de "novo" nessa atitude erundinesca, tão intempestiva quanto foi o ato de aceitar o convite para voltar aos palcos iluminados paulistanos, nesse outono de sua existência.
Nada de novo em termos de ideologia ou coisa que o valha e que seja possível nesse ambiente promíscuo em que direita e esquerda, honestos e velhacos se misturam por "amor a São Paulo" e ao raio que parta.
Erundina deu os doces por raiva e aversão a Paulo Maluf. Mas não disse que está fora da campanha por HaHaHaddad. Ela só não quer mais ser vice, por seu ódio quase mortal a Paulo Maluf. Vai continuar no mesmo barco, singrando o mesmo mar de lama.
Fica a expectativa de que pelo convés dessa enorme canoa furada, em que não há marinheiro de primeira viagem, ninguém enjoe. Resta esperar que depois de se fartarem de comer e se lambusarem nas transatlânticas mesas redondas de politiquices, a sobremesa seja um festival de tortas. Será a apoteose de uma bem nutrida sessão pastelão. Vai sobrar torta na cara de todo mundo.
