O povo brasileiro - maioria absoluta - caminha dócil e desavisado para o destino que lhe é traçado pelo domínio da minoria esmagadora. Anda como o gado que entra no brete confiante pela atenção que lhe foi dispensada por seus donos até o golpe final que determina seu fim.
O governo e suas circunstâncias que o transformam em Estado trata a nação como se fosse gado. Dá-lhe pasto, mata-lhe a sede, dispensa-lhe atenção e segundas intenções, engorda-o para depois aproveitar-se dele vendendo-o por bom preço, em pé ou deitado.
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O gado não tem futuro. Seja lá qual for a espécie: bovino, equino, ovino, suíno, brasileiro... Quem tem futuro é o dono. Pois no Brasil está sendo bem assim. O povo não tem futuro. Quem tem futuro é o governo e sua elite circunstante - partidos, organismos coalizados, poderes constituídos dominados, mecanismos de defesa da população infiltrados, sindicatos, institutos, fundos de qualquer natureza...O brasileiro é um gado que anda em pé, mas vive deitado. Convive com uma patifaria atrás da outra. Alimenta-se com as sobras de escândalos e já não tem sede de justiça, nem de igualdade social. Seus donos decidem isso por ele.
A população já se acostumou a sobreviver com a desigualdade, com a diferença social; sobrevive com as pequenas, escassas e inoquas doses que não chegam sequer a atender suas necessidades básicas e muito menos às de sua família.
Seu sonho de moradia vive de um slogan atrás do outro. Hoje é o Minha Casa, Minha Vida que lhe oferece casas de papel; alimenta-se de grãos e de migalhas que sobram nas ofertas dos supermercados e do armazém da esquina, mais baratos pelo prazo de validade vencida ou por expirar; aprende com uma educação que, para mostrar índices de êxito, não reprova ninguém e ensina errado a falar e a fazer contas.
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O brasileiro "pessoa comum" morre de SUS nos corredores e nas portas dos hospitais públicos; seu lazer é ver o Brasil na TV; seu vestuário é descolado, descamisado e pés descalços; a higiene é a que vem dos tubos que se prestam mais à fuga de malfeitores do que ao prometido saneamento básico;
seu transporte é aos borbotões, ensardinhado, acotovelado, arriscado, caro e ineficaz; sua previdência é imprevidente e canalha, a ponto de usar o fator previdenciário para roubar o direito adquirido dos que trabalharam a vida inteira e agora têm poucos anos de eleições pela frente; sua segurança é atrás das grades de seus cochicholos, ao inverso do aparato que cerca seus amos e senhores.
Enquanto isso, os proprietários indébitos do Brasil, levam a vida que pediram a Deus - isso é modo de dizer, a vida que levam vem dos confins, lá onde o dono das botas é o daibo que os carrega. Enquanto isso, o crime organizado estatal corre livre, leve, solto.
Os donos do poder ficam podres de rico. Saqueiam, usam e abusam, cometem tráfico de influência, distribuem cargos que não lhes pertencem, tomam conta de ministérios como se fossem deles, inventam organizações não governamentais, institutos, fundações, compram e corrompem com fatias de poder e altos salários os invertebrados do Executivo, do Legislativo, do Judiciário. E até os poucos que não são assim já são passivos e se dão por vencidos.
Os dominadores e aproveitadores já não têm mais nenhum receio de roubar e não poder carregar. Estão aí para não deixar ninguém mentir, os intocáveis de uma nova burguesia cretina - uns fazem palestras, outros consultoria e todos patifaria.
Nem se fale mais em Ali Babá e seus 40 mensaleiros; nem se fale mais em sanguessugas, aloprados, cuequeiros, traficantes de influência, facilitadores de negócios públicos e notórios... Fique-se apenas com o que saltou aos olhos só nestes poucos meses da governanta Dilma desse terceiro mandato de Lula, o que não desencarnou da presidência. Fique, por enquanto, só com esses nomes de proa:
Antonio Palocci, Alfredo Nascimento, Wagner Rossi, Pedro Novais, Mário Negromonte, Mercadante, Ideli Salvatti, Paulo Bernardo, Ana de Hollanda, Gleisi Hoffmann, Carlos Lupi, Orlando Tapioca...
Não esqueça de um pequeno detalhe: nenhum deles agiu ou age sozinho. E nenhum deles estaria gozando o pleno sol da liberdade se não contasse com o apoio firme e incondicional do crime organizado estatal.
Feito isso, deixe de malandragem. Vá comer o seu espetinho de gato ali na esquina e repartir uma latinha de cerveja com o seu vizinho desempregado que hoje é domingo, dia de futebol. Na TV do bar.