O major britânico Walter Wingfield inventou o tênis em 1873. No Brasil o esporte começou a ser praticado em 1898, simultaneamente em Niterói, no Riode Janeiro e em Porto Alegre, Rio Grande do Sul.
Lá se vão 113 anos. O Brasil tem mais de 190 milhões de habitantes que não se transformam em tenistas de primeira linha porque a modalidade tem dono. A elite dos cartolas brasileiros não permite que o Brasil participe da elite do tênis mundial.
Estamos na segunda divisão. Um grupelho de proprietários indébitos de uma das mais fáceis modalidades esportivas de se praticar - as regras são as mesmas há 200 anos - não permite que o tênis se popularize e se dissemine pelas praças, logradouros públicos, pátios de escolas ou terrenos baldios rumo ao talento natural de quase 200 milhões de brasileiros para qualquer tipo de esporte.
Uma vez mais a maioria desavisada é pisoteada pela minoria esmagadora. O tênis é só mais uma prova de que o Brasil é uma grande capitania hereditária manipulada por seus donatários tão despóticos, tão tiranos quanto intocáveis.
Bem feito que a panela do tênis ficou de fora do banquete da elite. Restam-lhe outra vez as migalhas da segundona. Para o tênis brasileiro a conversa ainda está na cozinha. Só chegará na sala, quando a maioria queimar de vez a minoria absoluta vestida de cartola que se abancou como se a casa fosse toda sua. Como se o tênis só pudesse ser jogado com cartolas.