Era uma vez um empresário de Roraima chamado Amarildo da Rocha Freitas, irmão do ex-aproveitador federal Urzeni Rocha. Aliado e colaborador de Romero Jucá, Amarildo andava de carro naquela véspera das eleições do ano passado.
Ele tinha saído para passear depois de um encontro justamente com Jucá, seu amigo. Aí, olhou pelo retrovisor e achou que estava sendo perseguido por um carro da polícia. Atemorizado pela fama que a polícia tem nesses confins do Brasil, Amarildo jogou fora um envelope que recebera do companheiro bom e batuta. A polícia recolheu o pacote e interpelou o perdulário portador.
Ele disse que havia recebido a encomenda de Jucá e jurou "por essa luz divina" que não sabia que dentro daquele envelope havia R$ 100 mil em moeda sonante. Afinal, nota de dinheiro não faz barulho.
Polícia pode ser tudo, menos trouxa. Lavrou o flagrante. A coisa virou processo. Jucá ficou mal na foto. O processo agora acaba de cair nas mãos do ministro Carlos Ayres Britto. A coisa toda está no STF porque o ínclito congressista tem foro privilegiado. A grana continua retida.
Antes de encaminhar o caso para o STF, a Procuradoria Regional Eleitoral em Roraima chegou a informar à época que Jucá negou que fosse proprietário do dinheiro. E logo depois revelou que "passada a eleição, foi solicitada a restituição pela assessoria da campanha do senador alegando que o dinheiro era do comitê".
Tudo isso, no McBrasil da Silva não causaria espanto nenhum. O pequeno detalhe é que Romero Jucá é o líder do governo no Senado. Um perfil mais que perfeito para o regime self service que Lula deixou de herança para Dilma administrar no sistema de alta rotatividade.