E lá se foram dez anos da catástrofe americana do 11 de Setembro. E cá estamos nós numa tragédia brasileira que perdura há oito anos e meio. Lá, Obama rezou pelo Dia 11; aqui, no altar de um palanque cercada por um taboado, Dilma celebrou o 7 de Setembro.
É bom rememorar esses momentos marcantes da história da Humanidade. Nem sempre, no entanto, é coisa de se comemorar.
A Independência já não é festejada há muito tempo nessa República tomada de assalto por aproveitadores de todos os coturnos. O que se comemora é um grande feriado nacional, próprio para colocar na vitrine os proprietários indébitos do Brasil.
O que resta de bom nisso é que, num dia só, numa só hora, num só palanque, os brasileiros têm o resumo da nata que fez o Brasil virar suco.
E já que os coturnos foram relembrados, diga lá qual a diferença entre um regime que botou o País em baixo dos tacões e o dietético Estado feito a torno mecânico que hoje bota o Brasil na prensa.
Se você não sabe, a gente ajuda: o regime dos coturnos, usava baionetas caladas; o Estado feito a torno mecânico, usa a língua afiada para cortar fundo a consciência nacional. Ambos, cruéis e desumanos, ferem de morte a democracia.