Carlos Eduardo Behrensdorf
De Roma
Como falar sobre políticos e governantes brasileiros causa azia, recorro a Sebastião Nery e seu inigualável trabalho publicado em novembro de 2002 pela Geração Editorial “Folclore Político – 1950 Histórias”.
É uma obra que deve ter espaço privilegiado na prateleira ou na mesa da sala de quem gostaria de saber ou lembrar que houve época em que política e políticos eram levados a sério, o que não os impedia de serem divertidos.
Sebastião Nery é imbatível em suas narrativas. E como é fim de ano e as arrudas fenecem, vamos subir o nível.
Espero que as novas gerações de eleitores e candidatos a políticos inspirem-se nos relatos que reproduziremos aqui neste conturbado Sanatório da Notícia e mandem para casa, no voto, as ratazanas que ainda ocupam câmaras municipais, assembléias legislativas e o Congresso Nacional. Falo em mandar pra casa, pois duvido que alguém vá em cana.
Vamos começar transcrevendo algumas das histórias coletadas por Sebastião Nery do Sul para o Norte. Assim sendo, vamos de Rio Grande do Sul. (Carlos Eduardo Behrensdorf, de Roma)
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No governo Geisel, Amaral Neto era deputado (Arena do Rio) e realizou no Hotel Nacional, em Brasília, um coquetel comemorando os 9 anos de seu programa de TV “Amaral Neto, o repórter”.
A um canto, conversavam Getúlio Dias e Hélio de Almeida, deputados do MDB do Rio Grande do Sul e do Rio. Amaral aproxima-se dos dois:
- Getúlio, você conhece o general Frota, ministro do Exercito?
- Não, mas é sempre bom conhecer mais um ministro, não é? Amaral levou Getúlio até Frota.
- General, quero apresentar-lhe um dos nossos melhores deputados, o Getúlio Dias, do Rio Grande do Sul.
- De que região o senhor é?
- Sou de Pelotas, general - Silvio Frota sorriu malicioso. Getúlio não gostou.
- Bem, ministro, o senhor riu porque eu sou de Pelotas. E tenho muita honra de ser de Pelotas. Mas quero esclarecer ao senhor que sou lésbico, ouviu? - Silvio Frota riu mais ainda. (Folclore Político, 5 volumes em 1, pagina 401).
O SUPREMO NO ESTADO FORTE
Sérgio Siqueira
Brasília
Enquanto no Rio de Janeiro de Nuzman & Cia. tudo era festa brega, no outro lado da vida a política continua sendo o crime sem algemas. Daniel Dantas está livre, leve e solto. O Supremo mandou.
Procura-se o juiz De Sanctis. Vivo ou vivo - que é para ser bem humilhado pelo "Estado forte" que Lula gargarejou no seu Café com o Presidente e mais alguns jornalistas convidados para o desjejum da semana.
É como diz Mário Puzzo no seu "Poderoso Chefão" - III: - A Política e o crime são a mesma coisa.
Fotos: Roosewelt Pinheiro/José Cruz-ABr
Entrementes... No Senado, comissão de processo administrativo disciplinar que investiga o escândalo dos atos secretos decidiu indiciar o ex-diretor-geral da grande casa de tolerância Agaciel Maia e mais seis envolvidos – dentre os quais o ex-diretor de Recursos Humanos João Carlos Zoghbi. A comissão abriu um prazo de 20 dias para que os indiciados se defendam. O tempo para a conclusão do processo foi esticado até o mês de março. Os convites para o rodízio de pizza ainda não foram expedidos.