Todos nós engolimos quietos a sutil informação de que os borbotões de dinheiro sujo socados nos bolsos, nas cuecas, nas meias eram, são e continuarão sendo para financiar campanhas políticas.
De acordo com os dignos flagrados, a grana vinha, vem e virá de empresas que acreditam nas plataformas eleitorais desse rebotalho social que, quando cai de quatro para rezar, sai pastando.
Quiospariu! O dinheiro sai do nosso bolso. Sai do brasileiro que carrega nos ombros a maior carga tributária do mundo. Um abuso de tal ordem que chega a pesar numa simples mesa de bar: quando você pede duas latinhas de cerveja toma uma só, porque a outra o governo sedento já bebeu. É assim também quando você tem uma boa idéia e pede duas doses de 51. Bebe uma, porque a outra já foi tomada lá pelo Palácio do Planalto.
É assim com os quatro bifes que você compra para comer em casa com a mulher e seus dois filhos. Um fica chupando o dedo. O governo levou. E não lhe devolve em serviço, nem em qualidade de vida, a parte que lhe toca dessa mixaria que você conseguiu guardar, depois de trabalhar o ano todo e entregar cinco meses do seu salário para mensaleiros do Zé Dirceu e propineiros do Zé Arruda, socarem tudo nas cuecas e nas meias.
No próximo escândalo - como não falta imaginação para essa pandilha de sevandijas - o Sanatório receita que dispensem as meias e soquem a roubalheira bem naquele lugar que deu origem ao higiênico uso das cuecas.