O PODER DO CARA
Não há direito humano ao poder - diria um politizado observador carola, longe de ser adepto de um regime teocrático.
O poder na mão de um rei ou de um plebeu; de um doutor ou de um metalúrgico tem a mesma essência de perigo que revela quando foi exercido por um Hitler, um Stálin, um Mussolini; é a mesma ameaça contida no poder que esteve nas mâos de um Richelieu, de um Golbery, de um PC Farias - pondera a redação em peso do Sanatório da Notícia.
O poder - já está consagrado - não é um direito; é um dever. Só se admite o poder nas mãos de um homem se for em nome do bem e da verdade - dizemos nós, os insensatos.
O poder sem freio, destemperado, prepotente é um poder funesto: leva à morte a alma de uma nação. Destrói quando finge que constrói. Uma coisa é ter o poder de um povo, outra é usar o poder do povo como se fosse o povo. Esse é o poder dos tiranos; dos coveiros da democracia - soluçam com razão as carpideiras terceirizadas que ocupam a Ala das Funerárias deste Sanatório.
RODAPÉ - Texto parido diante dos brados retumbantes que chegaram da Ucrânia e de Berlim, no período de gestação de mais uma rápida visita ao Brasil do governante mais popular que esse país já teve, depois de Ernesto Geisel.