O medo

TENHA MEDO DO QUE O GOVERNO PODE FAZER COM VOCÊ. NO BRASIL GOVERNAR É SATISFAZER NECESSIDADES FISIOLÓGICAS.

11 de dez. de 2009

BOLA GENÉRICA

SAUDADES DA LOLITA
Moisés Pereira
Porto Alegre

"Porque os cães vivem pouco ? Os homens nascem para apreendera amar, serem felizes e bons. Os cães já nascem sabendo."
Hoje, excepcionalmente, porque um motivo especial se impõe, deixo a pauta do esporte para escrever sobre um assunto mundano.
Porque estou mudando de casa depois de trinta anos, e passando a morar em apartamento muitas coisas tambérm mudaram, entre elas a minha separação da Lolita, a dálmata que me acompanha há mais de 12 anos e que está indo para Itapema em Santa Catarina onde terá a nova morada.
A bem da verdade a Lolita é a bola da vez. Poderia ser aTica, a Cariz, o Mad, a Tooty, ou a Índia os cachorros da minha casa, da infância e adolescência dos meus filhos, cada um com suas particularidades.
Costumo dizer "brincando" às pessoas de minhas relações que tenho três paixões na vida: A primeira o Grêmio, a mais antiga que me proporciona grandes emoções, muitas alegrias e até algumas decepções. Sou fiel e nem sempre correspondido.
A segunda a Lolita, minha amada cadela dálmata, companheira fiel, afeto incondicional e companhia perene.
Em terceiro lugar vem as Carolinas, Helenas, Luizas, Criss, Veras, Sandras, Lucianas etc. etc. Uma de cada vez que é pra não ter problema.
Brincadeiras a parte, para descontrair, vamos ao que interessa. Este afastamento da Lolita está mexendo comigo. Há 12 anos,chegou filhote, de presente para a Tati, e logo a herdei compulsoriamente.
Nos últimos 10 anos foi minha companhia fixasempreserelepe, feliz,carinhosa, "burra" , desobediente, teimosa mas principalmente e incondicionalmente fiel.
Quando a Lolita vai embora, muitas lembranças me vem a mente. As caminhadas ao meu lado, as corridas atrás dos carros e motos na frente de casa, os rolos com pedestres e motoqueiros furiosos com suasperaltices, o retorno sózinha da Pet shop para casa, a mordida no menino da vizinha, o bife roubado, os doces da festa subtraídos, as refeições diárias (a Lolita apreendeu a comer todo tipo de frutas), apreendeu também a torcer pelo Grêmio e vibrava junto nos gols do tricolor, menos contra o Flamengo (domingo passado, é claro).
Apreendi muito com a Lolita. Os cães são uma lição de vida. Não entro no mérito de sua inteligência e entendimento, mas sua intuição, sensibilidade e solidariedade são comoventes. A Lolita ficava triste quando eu estava triste e deprimido e demonstrava isso com muito carinho.
Participava de minhas alegrias e adorava festas onde era a relações públicas a todos dando e pedindo atenção e principalmente pedindo um pedaço de churrasco ou de bolo, porque pra boba a Lolita não serve.
Diz a Narinha que a Lolita comia ruidosamentee roncava que nem eu. Bém aí já tem um pouco de maledicência . . .
Agora a Lolita deixa um vazio no meu dia a dia. Como já tivegrandes perdas apreendi que o tempo se encarregará de colocar as coisas no lugar. A Lolita vai se adaptar em seu novo espaço junto com a Suzi e o Kaiser( e deixará de ser só) no mundo animal.
Eu serei visita em seu novo lar, onde sei me receberá alegremente como só ela sabe fazer. Enquanto isso curto uma enorme saudade com a certeza de que tivemos uma convivência intensa e que vale a pena a dedicação a um ser que passa por esta dimensão de maneira tão cativante e submissa as nossas expectativas. Bye bye Lolita.